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P132 | RELATO DE CASO: POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS DE TRONCO ENCEFÁLICO (PEATE) COM ESTÍMULOS DE FALA E CLIQUE EM UM CASO DE PERDA AUDITIVA NEUROSSENSORIAL DE GRAU LEVE UNILATERAL | Autores: | UBIALI, T.1, SANFINS, M.D.1, BORGES, L.R.1, COLLELA-SANTOS, M.F.1
1 UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas |
Resumo: Resumo Simples
Perdas auditivas de grau leve unilateral podem prejudicar o desenvolvimento do processamento de sinais acústicos, como os de fala, trazendo consequências não apenas para a comunicação, mas também no desenvolvimento das habilidades acadêmicas de crianças em idade escolar.
O objetivo deste estudo de caso é relatar as respostas dos potenciais evocados auditivos de tronco encefálico (PEATE) com estímulos de fala e clique em um caso de perda auditiva neurossensorial de grau leve unilateral.
Relato de Caso: H.C.R., 8a11m, sexo feminino, destra, sem queixas escolares, de aprendizagem, e auditivas (foi encaminhada pela escola, com o consentimento assinado pelos pais ou responsáveis pela criança) para participar de uma pesquisa sobre o processamento auditivo em crianças com desenvolvimento típico, sem queixas escolares e auditivas. Após a avaliação audiológica básica que detectou limiares auditivos discretamente rebaixados à orelha esquerda, H.C.R. foi submetida à pesquisa dos potenciais evocados auditivos de tronco encefálico (PEATE) com estímulos de fala e click, a fim de verificar a integridade da via auditiva. Para a avaliação do PEATE, utilizou-se a intensidade de 80dBNA para o estímulo clique e de 80dBNPS para o estímulo de fala (sílaba /da/).
Na avaliação audiológica básica foi verificado: limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade na orelha direita e perda auditiva neurossensorial de grau leve na orelha esquerda (Davis e Silvermann, 1970) com rebaixamento em 1000 e 2000 Hz; logoaudiometria compatível com a audiometria tonal limiar; curva timpanometrica tipo A e ausência de reflexos acústicos ipsi e contralaterais em ambas as orelhas (Jerger, 1970). Na pesquisa do PEATE com estímulo clique, foi observada a presença das ondas I, III e V com latências e intervalos interpicos dentro dos padrões de normalidade para a faixa etária em ambas as orelhas. Na pesquisa do PEATE com estímulo de fala, foi observada presença das ondas V, A, C, D, E, F e O com latências dentro do esperado para a faixa etária em ambas as orelhas, exceto para as onda C e D na orelha esquerda, que apresentaram latências mais tardias, normalizando as respostas a partir da onda E.
Estes resultados sugerem que o PEATE com estímulo de fala pode ser uma ferramenta útil na avaliação do SNAC de maneira apurada e precisa, pois o PEATE-fala parece avaliar processos biológicos relacionados a déficits do processamento auditivo que não são detectados no PEATE-clique quando realizado a 80 dBNA. Além disso, esse caso reforça a importância da realização de triagem auditiva nas escolas, pois casos de perdas auditivas de grau leve podem passar despercebidos pelos pais e professores. Novos estudos em indivíduos com alterações audiológicas são necessários a fim de ampliar o conhecimento sobre o processamento subcortical dos sons da fala e para determinar o uso do PEATE-fala na prática clínica, além de investigar os efeitos de perdas auditivas periféricas de grau leve no processamento auditivo de crianças em idade escolar.
Palavras-chave: HEARING, AUDITORY EVOKED POTENCIALS, Electrophysiology |