Poster (Painel)
P167 | Inteligibilidade de fala de indivíduos normo-ouvintes com o uso de protetores auditivos: Estudo piloto | Autores: | ROCHA, C.H.1, MOREIRA, R.R.2, SAMELLI, A.G.1 1 FMUSP - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 2 HUUSP - Hospital Universitário da Universidade de São Paulo |
Resumo: Resumo Simples
Introdução: Para evitar os prejuízos ocasionados pela exposição ao ruído ocupacional, foram estabelecidas normas para garantir a saúde auditiva do trabalhador, como a obrigatoriedade do uso de Dispositivos de Proteção Auditiva (DPA). O uso efetivo do DPA pode garantir que o ruído seja atenuado, e assim evitar os efeitos da exposição. Entretanto é comum que o trabalhador refira dificuldades para se comunicar, o que favorece o hábito de retirá-lo mesmo em ambientes ruidosos e/ou não colocá-lo corretamente. Por ser uma área pouco estudada, e pela importância de conhecer os efeitos do uso do DPA para a inteligibilidade de fala, justifica-se realizar estudos que verifiquem as dificuldades de compreensão de fala com o uso do DPA, a fim de desenvolver melhores estratégias para orientar os usuários e garantir a proteção auditiva. Objetivo: Avaliar a inteligibilidade de fala em indivíduos sem queixas auditivas, com o uso de DPA. Método: Participaram do estudo 10 alunos de uma universidade pública de São Paulo, ambos os gêneros (média= 22 anos de idade). Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido aprovado pelo Comitê de Ética da instituição. O estudo foi dividido em duas etapas. Primeira etapa: anamnese, avaliação audiológica completa. Segunda etapa: os participantes receberam treinamento para colocação correta do DPA; em seguida realizaram as avaliações de compreensão de fala no ruído com e sem DPA. A avaliação foi realizada em uma cabine acústica com campo livre, com três caixas acústicas (duas laterais e uma central). Foram utilizadas palavras monossílabas e dissílabas, gravadas em CD e transmitidas por um notebook conectado a um audiômetro de dois canais. As intensidades de fala utilizadas foram 60, 65, 70 e 75dB, com relações sinal/ruído (R-S/R) de +10 a -20dB. Para análise estatística, utilizou-se o teste ANOVA. Resultados: Todos os participantes apresentaram resultados normais nas avaliações audiológicas. Nas avaliações de inteligibilidade de fala com DPA sem ruído, os acertos foram superiores a 95% para todas as intensidades de fala. Na avaliação com DPA e com ruído, em todas as intensidades de fala, as porcentagens de acertos foram superiores a 88% para as R-S/R de +10dB a -5dB. Para a R-S/R de -10dB, a porcentagem de acerto teve média de 72,5%, e para as R-S/R de -15dB e -20dB, as médias foram de 40,5% e 12%, respectivamente. Quando comparados os acertos com e sem ruído, houve diferença significante para a maioria das comparações, principalmente para as R-S/R maiores. Conclusão: Verificamos que para a maioria das comparações com e sem ruído na presença do DPA, a inteligibilidade de fala foi pior, principalmente para as maiores R-S/R. Por este motivo, é importante que a inteligibilidade de fala durante o uso do DPA seja mensurada na presença de ruído para que se possa avaliar em que situações do cotidiano este efeito pode interferir no uso efetivo do DPA e na efetividade do Programa de Conservação Auditiva.
Palavras-chave: Ruído, Perda Auditiva, Dispositivos de Proteção Auditiva |