ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: P092

Poster (Painel)


P092

Ressonância da Orelha Média em Adultos

Autores:
KETIS, D.1, SANCHES, S.G.G.1, MATSUMURA, E.1, CARVALLO, R.M.M.1
1 FMUSP - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Resumo:
Resumo Simples

INTRODUÇÃO: A timpanometria com sonda multifrequencial é considerada um método mais adequado para detectar pequenas mudanças na transmissão do sistema tímpano-ossicular, pois permite a medida da admitância a partir de uma gama de frequências com contribuições dos componentes rigidez, massa e atrito. Possibilita também a obtenção da frequência de ressonância da orelha média, que ocorre na frequência onde a massa e a rigidez do sistema tímpano-ossicular se anulam. Em adultos normais é comum a presença do duplo pico de admitância na frequência de ressonância. Estudos têm demonstrado que alterações na orelha média modificam a frequência de ressonância, interferindo diretamente nos efeitos da massa ou rigidez do sistema. OBJETIVO: Este trabalho tem como objetivo avaliar a frequência de ressonância da orelha média por meio da timpanometria com sonda multifrequencial em adultos sem queixas auditivas e comparar os timpanogramas registrados com sonda de 226 Hz obtidos através da timpanometria com sonda única 226 Hz e da timpanometria com sonda multifrequencial. MÉTODO: Foram estudados 20 adultos do sexo feminino de 18 a 30 anos de idade, sem queixas auditivas, com limiares auditivos ≤ 20 dBNA e presença de reflexos acústicos ipsi e contralaterais em ambas as orelhas. Todos os participantes foram submetidos a uma avaliação audiológica, composta por audiometria tonal liminar nas frequências de 250 a 8000 Hz, timpanometria com sonda única de 226Hz (Otoflex, GN Otometrics) e pesquisa de reflexos acústicos ipsi e contralaterais. Em seguida, cada orelha foi submetida à timpanometria com sonda multifrequencial (Titan, Interacoustics), com estímulo de banda larga, avaliando frequências de 226 a 8000 Hz, para obtenção tanto da frequência de ressonância quanto dos valores de timpanometria com sonda de 226 Hz extraídos a partir do procedimento multifrequencial. Os resultados foram submetidos à análise estatística no software SPSS versão 22 e o nível de significância adotado foi de 0,05. RESULTADOS: A distribuição dos dados referentes à frequência de ressonância indica apesar da mediana na orelha direita ser um pouco mais elevada, não houve diferença significante entre as orelhas. Cerca de 50% das orelhas testadas apresentaram duplo pico na frequência de ressonância, não sendo possível observar associação entre a presença de duplo pico e a frequência de ressonância nas orelhas. A correlação entre os dados obtidos através de ambos os imitanciômetros utilizados no estudo, comparando pico de admitância (Ymt), volume do canal (ECV) e pressão do pico (daPa), foi positiva apenas para o pico Ymt em ambas as orelhas. Os resultados obtidos mostram que os valores obtidos nos dois imitanciômetros tiveram diferença estatística apenas para Ymt. CONCLUSÃO: Houve grande variabilidade entre as medidas de frequência de ressonância de adultos sem queixas auditivas, dificultando, neste método de obtenção, a definição de padrões de normalidade para o procedimento. Embora tenha havido diferença nos valores de pico de admitância em 226 Hz, obtidos com os dois procedimentos, houve concordância entre estes quanto à classificação timpanométrica (curva tipo A).

Palavras-chave:
 Testes de Impedância Acústica, Orelha Média, Adulto