Oral (Tema Livre)
AO001 | Estudo Piloto: Avaliação eletrofisiológica de indivíduos com perda auditiva neurossensorial pré e pós o uso efetivo de aparelho auditivo | Autores: | PRESTES, R.1,1, LOIOLA-BARREIRO, C.M.1,1, PEREIRA, T.1,1 1 ATEAL - Associação Terapêutica de Estimulação Auditiva e de Linguage |
Resumo: Resumo Simples
Introdução: A perda auditiva pode comprometer a habilidade de ouvir os sons, reconhecer, discriminar, localizar e memorizar diferentes estímulos sonoros, comprometendo a comunicação e afetando a qualidade de vida do indivíduo. Grande parte dos indivíduos com perda auditiva é beneficiada com adaptação de aparelhos auditivos, cuja finalidade é oferecer maior audibilidade do sinal acústico e melhor inteligibilidade de fala, reduzindo os malefícios ocasionados pela perda auditiva. Para maior compreensão da eficácia dos aparelhos auditivos, faz-se necessário a verificação do benefício destes para o usuário, que pode ser realizada por meio de avalição eletrofisiológica. Uma medida eletrofisiológica objetiva que analisa o uso funcional que o indivíduo faz do som é o potencial evocado auditivo de longa latência (P300), que pode avaliar mudanças na atenção, discriminação e memória auditiva, fundamentais para a compreensão dos sinais acústicos. Os potenciais evocados auditivos correspondem a uma série de mudanças elétricas que ocorrem no sistema nervoso periférico e central, relacionadas às vias sensoriais auditivas. O P300 é também chamado de potencial cognitivo, pois reflete o uso funcional que o indivíduo faz do estímulo sonoro e pode ser utilizado para verificar a neuroplasticidade auditiva após uma intervenção terapêutica. Objetivo: Analisar o comportamento da onda do P300, quanto à sua latência e amplitude, em indivíduos com perda auditiva neurossensorial, pré e pós uso efetivo de AASI. Metodologia: Foi realizado um estudo piloto com dez sujeitos, de ambos os sexos, média de idade de 62 anos, diagnosticados com deficiência auditiva neurossensorial de grau leve (sete indivíduos) e moderado (três indivíduos). Após o diagnóstico audiológico, foi realizado o registro do P300 e analisada a latência e amplitude da onda P3. Posteriormente, os sujeitos foram adaptados com próteses auditivas e após quatro meses de uso efetivo dos AASI, foi realizado novo registro do P300, considerando os mesmos parâmetros da primeira avaliação, a saber: estímulo acústico toneburst apresentado de forma binaural por meio de fones de inserção 3A na intensidade de 80 dBNA. Utilizou-se a frequência de 1kHz para o estímulo frequente (80% das apresentações) e a frequência de 2kHz para o estímulo raro (20% das apresentações). Os estímulos foram apresentados numa taxa de 1.1 Hz na polaridade alternada e foram utilizados um total de 300 estímulos para o registro de cada traçado. Os eletrodos foram fixados no sistema 10-20, utilizou-se filtros 1-30Hz e janela de 600ms. A onda P3 foi analisada no traçado do estímulo raro. Resultados: Na primeira avaliação foram encontrados valores médios de latências P3: 350ms e amplitude média de 5,8 µV. Na reavaliação foram observados valores médios menores de latências P3: 324ms e valores médios de amplitude maiores 6,2 µV. Conclusão: Após o processo de adaptação, observou-se diminuição da latência e aumento da amplitude da onda P3, indicativo de uma maior rapidez e eficiência dos neurônios em realizar a análise do som, evidenciando assim a neuroplasticidade auditiva ocorrida após a adaptação e uso efetivo dos AASI.
Palavras-chave: Eletrofisiologia, Aparelhos auditivo, Validação |