ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: P006

Poster (Painel)


P006

Caracterização Biológica do Cerume Humano

Autores:
DAMASCENO, R.J.1, SANTO, C.E.1, CALDANA, M.L.1
1 FOB USP - Faculdade de Odontologia de Bauru

Resumo:
Resumo Simples

A presença de cerume no meato acústico externo dos seres humanos constitui-se em um fenômeno normal e saudável. Este produto biológico é resultado da secreção das glândulas sebáceas e ceruminosas localizadas no terço exterior do canal auditivo. A caracterização desta secreção humana na literatura cientifica é escassa e falha. Para tanto, esta revisão objetiva reunir informações básicas sobre o cerume humano. Por se tratar se um estudo de natureza bibliográfica, para a identificação das pesquisas, as buscas foram realizadas nas bases de dados da BIREME, LILACS, CAPES, SCIELO e MEDLINE. Os descritores utilizados nesta localização foram “cerumen or eaxwax and biochemistry”, “cerumen or earwax and chemistry”, “cerumen or earwax and microbiology”, “cerumen or earwax and genetic” e “cerumen or earwax and immunohistochemistry”. Não foram estabelecidos critérios de inclusão e exclusão, a fim de se obter a máxima informação sobre a literatura científica acerca deste tema. Quanto ao vínculo genético, o cerume é codificado por um par de genes, manifestando-se em duas formas fenotípicas distintas: uma úmida com tonalidades mais escurecidas, quando há a presença de um alelo dominante (WW ou Ww) e outro mais seco e amarelado, com a presença do alelo recessivo em homozigose (ww). Além disto, os grupos étnicos orientais estão frequentemente associados a presença do cerume mais seco ,enquanto os caucasianos e africanos ao tipo mais úmido. Quanto à composição química e bioquímica, sabe-se que apesar de o cerume apresentar uma composição bioquímica básica, há uma variação quantitativa destes componentes, Essencialmente há, dentre outros componentes, água, ureia, colesterol, triglicerídeos, lisozima, glicopeptídeos, ácidos graxos, ácido cerótico, colesterol, esteroides, imunoglobulinas, álcoois de cadeia longa, hidrocarbonetos, dentre outros. Aqui, o nível de componente lipídicos parece estar associado a taxa de gordura corporal, sendo que no cerume esta apresenta seu pico na puberdade e, em mulheres, níveis mais baixos na fase folicular do ciclo menstrual. Estudos apontam que dentre os organismos frequentemente encontrados na flora normal, há a Staphylococcus auricularis, Staphylococcus epidermidi, Staphylococcus aureus, Streptococcus saprophyticum, Corynebacterium auris, Turicella otitidis e Alloiococcus otitis, Streptococcus saprophyticum, Candida albicans, Pseudomonas stutzeri e Pseudomonas aeruginosa. Nesta mesma linha, observou-se que apesar de pacientes com otite recorrente possuírem os mesmos microrganismos comumente encontrados em pacientes sadios, há uma maior abundância destes ao nível quantitativo. Estudos revelaram ainda que o proprio cerume contém algumas substâncias bactericidas e bacteriostáticas, como beta defensin 1 e 2, cathelicidin, lisozima, lactoferrina, MUC1 e a IgA. Conforme observado, grande parte de pesquisas sobre a biologia do cerume datam de décadas passadas, o que delineia uma grande relevância de novos estudos mais aprofundados nesta área. Ademais, observa-se o cerume como uma secreção corporal com função protetora no meato acústico externo, sendo que suas características bioquímicas apresentam um padrão comum nos indivíduos, sofrendo a influência da composição genética. Além disto, ressalta-se a presença uma flora bacteriana normal ao lado de compostos antimicrobianos e bactericidas.

Palavras-chave:
 Cerume, Biologia, Bioquímica, Genética, Microbiologia