Oral (Tema Livre)
AO028 | Frequências audiométricas acometidas responsáveis pela queixa auditiva e declínio da inteligibilidade de fala nas disacusias por ototoxicidade após o tratamento oncológico | Autores: | LIBERMAN, P.P.3, GOFFI-GOMEZ, M.V.S.3, SCHULTZ, C.3 3 AC - AC Camargo Cancer Center |
Resumo: Resumo Simples
A perda auditiva neurossensorial bilateral simétrica resultante do tratamento oncológico é subestimada, pois os pacientes têm a detecção auditiva preservada, relatando queixa em determinadas situações, ou a não compreensão de parte da mensagem. Para a determinação do impacto dessa perda na comunicação, é necessária a identificação de quais são as frequências afetadas interferem na inteligibilidade de fala naqueles que adquiriram perda auditiva após o tratamento ototóxico. Objetivo: Investigar quais as frequências audiométricas acometidas são responsáveis pela presença de queixa auditiva e perda de desempenho na inteligibilidade de fala. Método: Estudo prospectivo avaliando 200 pacientes com câncer na infância fora de tratamento oncológico há no mínimo 8 anos, com idade média ao diagnóstico de 6 anos e média de 21 anos na avaliação audiológica. Foi aplicada anamnese para investigar a presença de queixa auditiva e realizada audiometria tonal limiar e o índice de reconhecimento de fala (IRF). Os pacientes foram divididos em: audição normal, perda auditiva em 8kHz, perda em 6 e 8 kHz, perda entre 4 e 8 kHz, perda entre 2 e 8 kHz e perda a partir de 1 kHz. Para verificar a associação entre queixa e perda auditiva, foi empregado o teste exato de Fisher, com um erro α=5%. Para identificar qual a frequência audiométrica impõe prejuízo para a comunicação do individuo, foi aplicado o teste de Kruskall Wallis na análise entre a perda auditiva a partir de diferentes frequências e o índice de inteligibilidade de fala. Resultados: Encontramos 125 pacientes com audição normal, entre eles 10 apresentaram queixa auditiva. Entre os pacientes com perda auditiva, 16 apresentaram perda somente em 8 kHz, e 1 com queixa; 22 com perda em 6-8 kHz, sendo 3 com queixa; 16 com perda em 4-8kHz, destes 10 com queixa; 15 com perda 2-8kHz, sendo 14 com queixa e 6 com perda a partir de 1 kHz todos com queixa. Houve relação estatisticamente significante entre perda e queixa auditiva (p<0.001), quando a frequência de 4 kHz foi envolvida. O teste de Kruskall Wallis mostrou diferença significante entre as orelhas sem perda auditiva e aquelas com perda entre 4k and 8kHz. A media do IRF nas orelhas com perda a partir de 1 kHz mostrou diferença significante entre todas as demais orelhas. Conclusão: Quanto maior o número de frequências acometidas maior a ocorrência de queixa auditiva e declínio do IRF, sobretudo quando as frequências da fala estão envolvidas, sendo que o acometimento de 4 kHz já determina o aparecimento das queixas e o declínio da inteligibilidade de fala.
Palavras-chave: ototoxicidade, perda auditiva, inteligibilidade de fala, queixa |