Poster (Painel)
P046 | Contribuição do resíduo auditivo no desempenho de adultos usuários de implante coclear bilateral | Autores: | MAGALHÃES, A.T.2, GOFFI-GOMEZ, M.V.S.2, FONTANELLI, R.C.F.L.2, TSUJI, R.K.2, BRITO NETO, R.2, FONSECA, A.C.2, BENTO, R.F.2 2 HCFMUSP - Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP |
Resumo: Resumo Simples
Introdução: O implante coclear há tempos tem-se mostrado como um instrumento efetivo de reabilitação de indivíduos que não se beneficiam com amplificação tradicional. Atualmente, o SUS permite a realização do implante coclear unilateral, e futuramente, casos especiais receberão a indicação bilateral. No entanto, a decisão do lado a ser operado ainda não é unânime. A dúvida reside em que o implante coclear pode ser indicado para melhor orelha ou ambas quando não houver benefício ou para a pior orelha quando houver contribuição da amplificação na orelha contralateral. Entretanto, no intuito de manter a estimulação bimodal, há dúvidas quanto ao fato que implantando o lado pior, o resultado poderia ser inferior. Objetivo: Verificar o benefício do resíduo auditivo com o uso do aparelho de amplificação sonora individual e sua contribuição no desempenho pós-operatório em adultos usuários de implante coclear bilateral simultâneo. Método: Dos 7 indivíduos adultos implantados bilateralmente em cirurgia simultânea, foram selecionados 3 adultos com desempenho assimétrico entre as orelhas no pré-operatório. Foi analisado o desempenho nos testes de percepção da fala em orelhas separadas no pré-operatório com o uso do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) e no pós-operatório com o processador de fala, como também o limiar da telemetria neural no intra-operatório, sendo considerado melhores resultados o menor valor de limiar nos eletrodos apicais, médios e basais. Resultados: Na avaliação pré operatória, a média de desempenho da melhor orelha nos testes de percepção da fala com AASI foi 94,33% (±9,81) que avaliam diferença por traços suprassegmentais, 63,33% (±37,39) palavras de mesma extensão e 30,67% (±13,31) de vogais, e da pior orelha na mesma ordem foi de 60,67% (±4,62), 30% (±11,68) e 17,67% (±20,40). O ganho funcional com AASI, a média foi 65dB e 95 dB, respectivamente. No pós-operatório foram avaliados os pacientes com tempo de uso do processador de fala em média de 8 meses (±4,5), com desempenho respectivamente da melhor orelha em seguida da pior orelha: 73,33% (±30,55) e 53,33% (±41,63 ) de frases em contexto fechado; 30% (±36,06) e 16,67% (±15,28) em frases em contexto aberto; 28% (±24,33) e 8% (±13,86) de monossílabos. Nos testes de percepção da fala, foi observado que um indivíduo apresentou melhores respostas nos testes de percepção da fala com o uso do implante coclear na orelha de pior aproveitamento do resíduo auditivo com AASI. Quanto aos dados da telemetria neural foram observados que os melhores limiares são equivalentes à orelha de melhor desempenho com o uso do AASI (100%). Conclusão: Portanto, apesar do tamanho da amostra, foi observado uma tendência de melhores respostas para a orelha de melhor resíduo auditivo, porém é preciso uma amostra maior para permitir a análise estatística dos dados.
Palavras-chave: implante coclear, surdez, resíduo auditivo |