Poster (Painel)
P094 | Ocorrência de alterações auditivas em crianças com toxoplasmose congênita | Autores: | LEITE FILHO, C.A.1, JESUS, N.O.1, LAGRECA, L.C.1, AZEVEDO, M.F.1 1 UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo |
Resumo: Resumo Simples
Introdução: a toxoplasmose congênita é uma doença com prevalência significativa que pode trazer diversas complicações ao recém-nascido, como as alterações auditivas, que influenciam negativamente o desenvolvimento social, psicológico, cognitivo e da linguagem. Objetivo: verificar a ocorrência de diferentes tipos de alterações auditivas em crianças com toxoplasmose congênita. Método: foi realizado um estudo retrospectivo longitudinal, com análise de protocolos do serviço de diagnóstico em audiologia de uma instituição pública da cidade de São Paulo. Analisou-se 72 protocolos de crianças com idades entre um e 34 meses nascidas entre os anos de 2010 e 2013. As crianças foram distribuídas em dois grupos: grupo toxoplasmose (GT) – composto por 11 homens e 17 mulheres com diagnóstico de toxoplasmose congênita; e grupo controle (GC) – composto por 21 homens e 23 mulheres com outros riscos ou sem risco para perda auditiva. As crianças participantes do estudo foram avaliadas pelos seguintes procedimentos: emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente (EOAT) e produto de distorção (EOAPD) com o programa Ilo V6, bem como supressão das emissões; audiometria com reforço visual a partir dos seis meses de idade e lúdica a partir dos dois anos de idade com o audiômetro AD229b da marca Interacoustics; medidas de imitância acústica com o imitanciômetro AZ7 da marca Interacoustics; e potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE) protocolo neurológico com o aparelho Smart-EP da marca Intelligent Hearing. De acordo com os resultados obtidos nos exames, as crianças foram separadas em quatro grupos: audição normal – limiares auditivos ≤ 15 dBNA, curva timpanométrica tipo A bilateralmente e presença de EOAT; alteração condutiva – limiares piores que 15 dBNA, curva timpanométrica tipo B ou C e ausência ou presença parcial de EOAT; alteração coclear – limiares piores que 15 dBNA, curva timpanométrica tipo A, ausência de EOAT ou EOAPD e PEATE com limiares elevados; alteração retrococlear – qualquer indicador de perda retrococlear, como ausência de reflexo cocleopalpebral, ausência ou alteração de PEATE, limiares auditivos piores que 15 dBNA ou ausência de supressão das emissões otoacústicas, aliado à presença de EOAT e curva timpanométrica tipo A. À análise estatística utilizou-se o programa R (versão 3.0.2) para realização do teste de qui-quadrado, que buscou associação entre as variáveis estudadas. Resultados: constatou-se distribuição homogênea dos gêneros em cada um dos grupos. Nos grupos GT e GC observou-se, respectivamente: 50% (14) e 50% (22%) com audição normal; 25% (7) e 38,6% (17) com alteração condutiva; 3,6% (1) e 9,1% (4) com alteração coclear; e 21,4% (6) e 2,3% (1) com alteração retrococlear. Não se observou relação estatisticamente significante entre qualquer tipo de alteração auditiva e os grupos deste estudo (p = 0,212). Conclusão: não foi constatada maior ocorrência de determinada alteração auditiva em crianças com toxoplasmose congênita em comparação com crianças sem risco para alteração auditiva ou com outros riscos. Sugerem-se estudos com maior número de indivíduos para que tal relação possa ser estabelecida.
Palavras-chave: perda auditiva, toxoplasmose congênita, diagnóstico, testes auditivos, saúde da criança |