Oral (Tema Livre)
AO034 | AVALIAÇÃO DO DANO GERADO PELO RUÍDO NAS CÉLULAS CILIADAS EXTERNAS DE PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA REGIONAL DE ENSINO DO DISTRITO FEDERAL | Autores: | NOVANTA, G.G.R.1,2, OLIVEIRA, C.A.C.P.1, GARAVELLI, S.L.3, SAMPAIO, A.L.L.1 1 UNB - Universidade de Brasília, 2 UNIPLAN - Centro Universitário Planalto do Distrito Federal, 3 UCB - Universidade Católica de Brasília |
Resumo: Resumo Simples
Introdução: O excesso de ruído presente nas escolas têm sido uma queixa constantemente referida pela categoria dos professores. Embora a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estabeleça que o nível para conforto acústico seja de no máximo 50 dB, diversos estudos, nacionais e internacionais, citam intensidades superiores a 70 dB dentro da sala de aula. Este excesso de ruído poderá provocar reações psicológicas, fisiológicas e patológicas na saúde dos professores, e principalmente, prejudicar a audição.
Objetivos: Avaliar do dano gerado pelo ruído nas células ciliadas externas de professores do ensino fundamental de uma regional de ensino do Distrito Federal.
Métodos: Foram realizados os testes de emissões otoacústicas transientes (EOAT) e emissões otoacústicas por produto de distorção (EOAPD) com repouso auditivo e o teste de EOAPD após a jornada de trabalho. Para a análise das EOAT e EOAPD foi utilizado o critério "passa/falha", por meio da avaliação da amplitude da resposta e da relação sinal/ruído. Durante o período de aula, foram realizadas medições dos níveis de pressão sonora dentro das salas de aula, por meio de um decibelímetro. Foram realizadas medições de 10 minutos, e registrados o LAeq (nível de pressão sonora equivalente), o valor mínimo e o valor máximo.
Resultados: Foram avaliados 67 professores com idades entre 21 e 54 anos (Média 37,1; DP 8,4) dos quais 61 do sexo feminino (91%) e 6 do sexo masculino (9%). O tempo de magistério variou entre 1 e 27 anos (Média 10,7; DP 6,8). Foram realizadas 210 medições dos níveis de pressão sonora, sendo três registros para cada uma das 67 salas de aula. A média do ruído (LAeq) foi de 76,6 dB (A) (DP 5,4), a mínima foi de 59,2 dB (A) (DP 4,3) e a máxima foi de 90,2 dB (A) (DP 7,1). Pelo critério “passa/falha”, apenas 34,3% dos professores apresentou "passa" ou normal nas EOAT em ambas as orelhas e 16,4% dos professores apresentou "passa" ou normal nas EOAPD para ambas as orelhas. Na comparação entre os dois momentos (com repouso auditivo e após exposição da jornada de trabalho) das EOAPD, foi encontrada uma diminuição significante na amplitude da resposta e na relação sinal/ruído na segunda avaliação para as frequências de 2 e 4 kHz. O aumento dos níveis de ruído esteve relacionado com a diminuição da amplitude da resposta nas frequências de 2 e 4 kHz e com a relação sinal/ruído na frequência de 4 kHz.
Conclusão: O ruído presente dentro da sala de aula foi capaz de gerar uma alteração na função das células ciliadas externas dos professores avaliados. Foi encontrada uma alta prevalência de resultados alterados mesmo com repouso auditivo, que sugere uma relação entre a exposição ao ruído e o dano auditivo.
Palavras-chave: audição, emissões otoacústicas, ruído, professores |