ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: P124

Poster (Painel)


P124

POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO CORTICAL (PEAC) NA ESTIMULAÇÃO BIMODAL

Autores:
RODRIGUES, A.G.1, MORETI, A.L.M.1, VICENTE, L.C.1, MAIA, T.1, SILVA, L.T.N.1, COSTA, L.B.A.2, COSTA FILHO, O.A.1, ALVARENGA, K.F.1
1 FOB-USP - Faculdade de Odontologia de Bauru, 2 HC-USP - Hospital das Clinicas

Resumo:
Resumo Simples

Introdução: A audição binaural é de extrema importância para o desempenho na habilidade auditiva de localização sonora e percepção de fala em ambientes ruidosos. O implante coclear (IC) já é amplamente aceito na área como forma de intervenção e (re) habilitação nas perdas auditivas severas e profundas nas diversas faixas etárias. Contudo, observam-se no usuário do IC unilateral queixas relacionadas ausência da binauralidade. Estudos recentes com os Potenciais Evocados Auditivos Corticais (PEAC) têm direcionado para o fato do IC não propiciar o desenvolvimento da via auditiva ipsilateral ao IC, sendo assim, os usuários de IC unilateral encontram-se em um padrão anormal de estimulação sensorial. Neste sentido, o paciente é orientado e incentivado quanto ao uso do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) contralateralmente ao IC, principalmente na presença de audição residual, a fim de fornecer os benefícios da audição binaural. Esta condição é referida como estimulação bimodal, quando temos, concomitantemente dois modos de estimulação: Elétrica advinda do IC e acústica proporcionada pelo AASI. Não há dados suficientes na literatura voltados à população infantil que esclareça ou demonstre o desenvolvimento do córtex auditivo na audição bimodal. Objetivo: Caracterizar o PEAC, complexo P1-N1-P2, de uma criança usuária da estimulação bimodal e o desempenho nos com testes de percepção de fala. Metodologia: Estudo de caso descritivo, no qual foi realizada a captação do PEAC, em uma criança de seis anos e seis meses, com deficiência auditiva sensorioneural pré-lingual bilateral e progressiva. A mesma foi submetida a cirurgia de IC há três meses e manteve o uso efetivo do AASI contralateral. A captação do PEAC foi realizada com estímulo de fala /da/, utilizando o equipamento Smart EP USB Jr da Intelligent Hearing Systems. O exame foi realizado em três situações: Audição monoaural (somente IC); Audição bimodal (IC e AASI) e Audição monoaural (somente o AASI). Realizado o teste de percepção de fala HINT. Resultados: O PEAC quando realizado somente com IC ligado, demonstrou P1 proeminente com latência inferior ao encontrado em estudos anteriores com usuários de IC com semelhante tempo de uso. Adicionalmente, o valor encontrado foi próximo ao P1 registrado somente com AASI ligado. Na situação bimodal, o componente P1foi desencadeado mantendo a latência relativa a obtida com o AASI apenas. Importante ressaltar que os valores de latência do componente P1 encontravam-se dentro do padrão de normalidade para a idade. No teste HINT, o paciente apresentou resultados de S/R de 69.6dB na situação monoaural e quando na situação bimodal a S/R foi de 62.8dB, demonstrando benefício com a utilização concomitante do estímulo elétrico e acústico. Conclusão: O uso do AASI preliminar a realização do IC contribuiu para que a estimulação cortical se mantivesse constante, como pode ser observado pelas latências normais do componente P1 nas condições pesquisadas. O benefício no TPF demonstra uma melhora significativa na situação binaural.

Palavras-chave:
 Potencial Cortical, Implante Coclear, Dispositivos eletrônicos