ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: P103

Poster (Painel)


P103

Idade do diagnóstico da deficiência auditiva antes e depois da implantação da Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva

Autores:
SOARES, N.S.1,2,3, ZUCKI, F.1,2,3
1 FOB/USP - Faculdade de Odontologia de Bauru, 2 SAMARITANO SP - Hospital Samaritano de São Paulo, 3 PROADI-SUS - Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS

Resumo:
Resumo Simples

Introdução: A literatura nacional não apresenta um consenso acerca da idade do diagnóstico da deficiência auditiva (DA), mas alguns estudos apontam uma média de 3 a 4 anos até 5,4 anos de idade. O que se tem são descrições de Serviços de Saúde Auditiva que relatam a ocorrência da suspeita da DA no primeiro ano de vida. Em relação ao diagnóstico, em 25% dos casos ele acontece logo após a suspeita, em 34% ele acontece em um intervalo de até um ano. Em setembro de 2004, o Ministério da Saúde sancionou a Portaria nº 2.073, que instituiu a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva, cujo objetivo era proporcionar atendimento a todas as pessoas da população brasileira com DA, fornecendo condições de acesso a todos os seus procedimentos. Foi a partir desta Portaria que se estabeleceram as diretrizes da atenção básica, média e alta complexidade, se estruturou efetivamente o serviço de diagnóstico, passou-se a prover Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI) e a oferecer reabilitação auditiva. Assim, passados mais de dez anos desde a implantação desta Política, questiona-se a mudança deste cenário da idade do diagnóstico da deficiência auditiva no Brasil. Objetivo: verificar por meio da revisão da literatura se a idade média do diagnóstico de deficiência auditiva infantil no Brasil foi reduzida após implantação da Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva, Portaria 2.073/2004. Metodologia: foi realizado um levantamento bibliográfico no Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). A estratégia de busca foi direcionada por uma questão específica: “Houve redução na média de idade do diagnóstico da DA a partir da implantação da Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva?”. Na primeira etapa, foram analisados os títulos e resumos de todos os estudos encontrados. Os critérios de inclusão adotados foram: (1) abordar o tema proposto, (2) pertencer à categoria artigo, dissertação ou tese e (3) ser publicado no idioma português. Foram localizados 288 estudos. Após análise do título e resumo, 47 estudos foram selecionados para leitura completa para verificar se efetivamente atendiam aos critérios propostos. Assim, ao final desta etapa, 12 estudos atenderam aos critérios propostos e foram incluídos na revisão. Resultados: 71% dos estudos anteriores a implantação da Política indicaram que a idade de diagnóstico da DA foi de 2 anos ou mais e 60% dos estudos posteriores à implantação revelam os mesmos 2 anos de idade do diagnóstico. A idade da suspeita e do diagnóstico pode ser influenciada pelo grau da DA, sendo que os graus mais leves demoram mais para serem percebidos. Outro dado relevante, presente em 67% dos estudos, é o fato da suspeita da DA ser levantada primeiramente pelos pais e familiares e não por profissionais da área de saúde, indicando que os fatores de risco para DA muitas vezes não são considerados por estes profissionais. Conclusão: a idade de diagnóstico encontrada é considerada tardia pelos padrões atuais estabelecidos e a implantação da Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva em 2004 não modificou essa realidade.

Palavras-chave:
 Diagnóstico precoce, Perda auditiva, Recém-nascido, Triagem neonatal, Audição