ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: P173

Poster (Painel)


P173

Interferência do lado da perda auditiva unilateral no reconhecimento de fala no ruído

Autores:
SEKSENIAN, T.M.1, COUTO, C.M.1
1 UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas

Resumo:
Resumo Simples

Introdução: A deficiência auditiva pode prejudicar as habilidades auditivas e o desempenho social, cognitivo e emocional do sujeito. Pode ser bilateral, afetando as duas orelhas ou unilateral, afetando apenas uma. Os efeitos da deficiência auditiva unilateral no reconhecimento de fala em presença de ruído são considerados tão importantes quanto os ocasionados pela deficiência bilateral. Objetivo: Investigar se o lado da perda auditiva interfere no reconhecimento de fala no ruído no sujeito com audição unilateral. Método: A pesquisa foi experimental e de corte transversal. Os sujeitos da pesquisa foram pacientes do Ambulatório de Otorrinolaringologia de um Hospital Escola. Os critérios de inclusão do sujeito na pesquisa envolviam: ter perda auditiva unilateral com audição contralateral dentro dos padrões da normalidade, não ser portador de prótese auditiva implantada cirurgicamente, ter ausência de disfluência verbal e/ou neurológica, não apresentar comprometimento de orelha média e dispor do português do Brasil como língua materna. Constituíram a amostra 24 sujeitos com perda auditiva neurossensorial unilateral, oito do sexo masculino, com faixa etária entre 37 a 58 anos de idade e 16 do sexo feminino com faixa etária entre 21 a 57 anos de idade. Como instrumento de avaliação do reconhecimento da fala no ruído foi utilizado o teste HINT Brasil. O HINT é um teste adaptativo, no qual a intensidade do estímulo de fala é diminuída ou aumentada conforme acertos ou erros do sujeito. A intensidade do ruído é e a intensidade inicial do sinal de fala é de 65dB(A). Durante a apresentação das quatro primeiras sentenças a intensidade da fala varia 4dB(A). A intensidade da quinta sentença é resultado da média aritmética entre a intensidade da terceira e da quarta sentenças e, a partir da quinta sentença até a vigésima, a intensidade entre as sentenças varia de 2dB(A). Foram aplicadas, de modo aleatório, as listas de sentenças nas situações: com ruído frontal; com ruído à direita e com ruído à esquerda. Por meio da média ponderada das condições com ruído, foi obtida uma medida global única do reconhecimento da fala no ruído denominada ruído composto. Foi realizada uma análise exploratória dos dados das variáveis por meio de medidas resumo (média, desvio padrão, mínimo, mediana e máximo) e visto se havia relação destas varáveis com o lado da perda. Os grupos foram comparados com uso do teste de Mann–Whitney. O nível de significância adotado foi de 5%. Não havendo diferença significativa entre as variáveis em relação ao sexo foram constituídos dois grupos mistos: Grupo 1 com 15 sujeitos com perda neurossensorial na orelha esquerda e Grupo 2 com nove sujeitos com perda neurossensorial na orelha direita. Resultados: Houve diferença significante entre os grupos em relação às variáveis ruído à direita e ruído à esquerda, sendo a relação sinal-ruído mais negativa quando o ruído foi proveniente do lado da perda. Conclusão: O tema abordado possui pouca literatura disponível. A pesquisa evidenciou que há melhor desempenho no reconhecimento de fala no ruído quando o ruído é proveniente do lado da perda.

Palavras-chave:
 audiologia, perda auditiva unilateral, ruído, audiometria de fala