Poster (Painel)
P016 | Relação da presença e ausência de queixas auditivas/otológicas e a presença de alterações audiológicas em indivíduos com fissura orofacial com acometimento de palato | Autores: | BREDA, A.1, MAGNI, C.1, TONOCCHI, R.C.2,3, AMARAL, M.I.R.1
1 UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro Oeste, 2 CAIF/AFISSUR - Centro de Atendimento Integrado ao Fissurado Labioplatal, 3 UTP - Universidade Tuiuti do Paraná |
Resumo: Resumo Simples
Introdução: A fissura labiopalatina é uma má formação congênita que acarreta, além da falha anatômica, falhas funcionais como dificuldades respiratórias, de alimentação e déficit auditivo decorrente de um funcionamento ineficiente da tuba auditiva. Objetivo: Por meio da caracterização do perfil audiológico de 141 pacientes com fissura orofacial com acometimento de palato de uma instituição do Paraná, o objetivo deste estudo foi verificar a relação entre a presença/ausência de queixas auditivas/otológicas e a presença de alterações audiológicas, bem como relacionar com a realização de cirurgias otológicas. Método: Os prontuários referem-se a uma população com idade entre 5 e 15 anos, de ambos os sexos, excluindo pacientes com outra má formação ou síndrome associada à fissura, pacientes com fissura pré-forame incisivo e pacientes que não tinham qualquer tipo de avaliação audiológica em seus prontuários. Resultados: O tipo de fissura mais prevalente da amostra foi a pós forame incompleta (26,95%). Foram analisados resultados dos procedimentos: Audiometria Tonal, Imitanciometria, Emissões Otoacusticas, Potencial Evocado de Tronco Encefálico. Foi observada grande presença de alteração audiológica, sendo que, apenas 9,22% (n=13) não tiveram nenhuma alteração em qualquer um dos exames. Quanto à presença de queixa auditiva/otológica destaca-se que dos 69 indivíduos do sexo masculino, 30 tinham em seus prontuários presença de queixa auditiva/otológica (43,48%) e dos 72 indivíduos do sexo feminino, 32 tinham algum dado relacionado à presença de queixa auditiva/otológica (44,44%). Ao analisar sem pontuar o sexo verificamos que 43,97% (n=62) dos sujeitos tiveram queixa auditivas/otológicas, sendo que destes 95,16% (n=59) tiveram alteração em algum procedimento de avaliação auditiva. Um ponto analisado na pesquisa foi a realização de cirurgias auditivas/otológicas, dos 141 prontuários, 76 realizaram cirurgia otológica e destes 44,87% (n=35) não referiam queixas auditivas/otológicas. Dos 128 que tiveram presença de alteração auditiva, 53,91% (n=69) não tiveram queixas. Conclusão: Na presente pesquisa as alterações auditivas estiveram presentes na maioria da amostra, ou seja, os resultados encontrados demonstram que a informação de presença ou não de queixa auditiva/otológica, é independente das alterações de orelha média encontradas na grande maioria da amostra. A presença de queixa auditiva/otológica e a realização de cirurgias otológicas são variáveis independentes. Considerando a importância de avaliar e acompanhar a saúde auditiva destes indivíduos, justifica-se a necessidade da realização de uma triagem auditiva, logo no início do atendimento, bem como no acompanhamento de todo indivíduo fissurado, a fim de identificar alterações audiológicas o mais precocemente possível. Somente o questionamento com relação a queixas auditivas/otológicas pode mascarar o estado real de um sistema que merece atenção especial, a fim de evitar a privação auditiva.
Palavras-chave: audição, avaliação, fissura palatina |