Poster (Painel)
P001 | O aparelho de amplificação sonora individual como processo compensatório da perda auditiva no trânsito | Autores: | SOUZA, V.M.1, ANTAS, L.O.F.S.1, MASCARENHAS, V.D.1, SOARES, J.F.R.1, ANDRADE, W.T.L.1 1 UFPB - Universidade Federal da Paraíba |
Resumo: Resumo Simples
Introdução: A Audiologia é a área da Fonoaudiologia que lida com os distúrbios da audição. Nesse contexto, uma das atribuições do fonoaudiólogo é identificar a presença de uma perda auditiva e investir esforços na minimização dos danos biopsicossociais dela decorrentes. O último censo realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que o Brasil tem aproximadamente 9,7 milhões de deficientes auditivos, dos quais cerca de 6,7 milhões residem em centros urbanos. Estudos têm mostrado altos percentuais de perdas auditivas entre condutores de veículos, no entanto, atualmente há uma escassez de estudos que abordem o uso do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) por condutores de veículos automotores no trânsito e sobre a programação necessária para atender a demanda desses usuários. Objetivo: Discutir o uso do AASI como mecanismo compensatório da perda auditiva em condutores de veículos no trânsito. Método: Foi realizada uma revisão da literatura nas seguintes bibliotecas virtuais: BIREME, LILACS, SCIELO e Google Acadêmico, pesquisando artigos relacionados ao trânsito e compensação auditiva. Discussão: Desde setembro de 2004, a Portaria GM 2.073, do Ministério da Saúde, instituiu a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva, para atendimento integral de pessoas com deficiência auditiva, oferecendo ações de promoção da saúde, prevenção e identificação precoce de problemas auditivos, de média e alta complexidade, além de diagnóstico, tratamento clínico e reabilitação com o fornecimento de AASI e terapia fonoaudiológica, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A classe de motoristas mais estudada é a de condutores de ônibus. Lacerda et al. (2010) investigaram achados audiológicos e queixas auditivas em motoristas de ônibus urbanos e verificaram que 70% deles obtiveram resultado audiológico sugestivo de perda auditiva induzida por ruído (PAIR), afirmando ser de grande necessidade o desenvolvimento de ações preventivas voltadas à saúde auditiva visando à melhoria das condições de trabalho, a preservação auditiva dos motoristas e, consequentemente, a melhoria geral do trânsito. Bisi et al. (2013) verificaram piora da audição de motoristas de ônibus em relação ao tempo de trabalho na função. Guardiano, Chagas e Slomp Júnior (2014) observaram que 24,59% dos motoristas de ônibus participantes apresentavam quadro audiológico sugestivo de PAIR. O mesmo foi verificado em 22,36% dos participantes do estudo de Lopes et al. (2012). Já em relação ao AASI, Costa, Sampaio e Oliveira (2007), em um estudo sobre a avaliação do Benefício da Prótese Auditiva Digital e da Percepção da Desvantagem Auditiva constataram que houve uma divisão entre os avaliados com relação ao desconforto da prótese, onde 36,6% dos voluntários apresentaram pouco desconforto aos sons, 26,6% apresentavam um desconforto médio e 36,6% um intenso desconforto. Considerações finais: Atualmente, há um grande o número de deficientes auditivos inseridos diretamente no trânsito, na qualidade de condutores de veículos e pedestres. A impercepção dos sons do trânsito pode ser um agravante do número de acidentes de trânsito evitáveis. Nesse contexto, o AASI pode ser um importante equipamento para maximizar a percepção dos sons ambientais e, consequentemente, contribuir para a diminuição do número de acidentes.
Palavras-chave: Audição, Prótese Auditiva, Trânsito, Saúde, Segurança |