Poster (Painel)
P085 | Estudo da Ordenação Temporal em Implantados pré e pós Treinamento Auditivo. | Autores: | VICENTE, A.M.1, OSTERNE, F.J.1, KÓS, M.I.1,1, FROTA, S.1,1 1 UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro |
Resumo: Resumo Simples
INTRODUÇÃO: O Implante Coclear (IC) é uma alternativa de tratamento para habilitação ou reabilitação dos indivíduos que possuem perda auditiva Neurossensorial severa e/ou profunda bilateral. A partir da ativação e uso do IC, as vias auditivas centrais são estimuladas e tendem ao aumento das conexões sinápticas, o que pode possibilitar a reversão dos danos causados pelo tempo de privação sensorial. O treinamento auditivo neurocognitivo é um conjunto de atividades acústicas realizadas em terapia fonoaudiológica que tem como objetivo ativar o sistema auditivo e sistemas relacionados e alterá-los positivamente, aprimorando, assim, as habilidades auditivas. Usuários de IC são beneficiados com a realização do treinamento auditivo neurocognitivo, já que o tempo de privação sensorial auditiva pode levar a um tipo de neuroplasticidade negativa. A avaliação do Processamento Auditivo (PA) é muito importante na prática clínica por ser um modo de monitoramento do desempenho do paciente, se realizada antes e após a intervenção terapêutica. Os testes Padrão de Duração e Padrão de Frequência avaliam especificamente alguns dos aspectos do processamento temporal: verificam a ordenação temporal. O processamento temporal é importante na percepção da fala nos aspectos da discriminação de pistas sutis como a sonorização, no reconhecimento de fonemas usando seus traços distintivos e na discriminação de palavras semelhantes. São poucos os estudos que abordam a avaliação do desempenho auditivo em usuários do IC, principalmente no que se diz respeito à eficácia da terapia de treinamento auditivo. Propomos neste estudo, portanto, a avaliação deste desempenho auditivo através da análise do banco de dados em busca do resultado dos Testes Padrão de Frequência e Padrão de Duração. OBJETIVO: Estudar comparativamente o desempenho na habilidade auditiva de ordenação temporal nos usuários de Implante Coclear que realizaram treinamento auditivo e que não realizaram terapia. MÉTODOS: Estudo retrospectivo, onde foram avaliados 6 indivíduos usuários de implante coclear com idade entre 18 e 50 anos, de ambos os sexos, com perda auditiva pós-lingual e avaliação da ordenação temporal através dos testes padrão de duração e padrão de frequência - alocados em Grupo 1, indivíduos que aguardam na fila de espera e não tenham realizado treinamento auditivo, e Grupo 2, indivíduos que realizaram 10 sessões de treinamento auditivo. RESULTADOS: O Grupo 1 apresentou no Teste Padrão de Duração 51,51% de acertos na média dos resultados da primeira avaliação. Na segunda avaliação manteve a porcentagem de acertos. No Teste Padrão de Frequência, este grupo apresentou 55% de acertos na média dos resultados da primeira avaliação. Na segunda avaliação houve queda na porcentagem de acertos para 36,66%. O Grupo 2 apresentou no Teste Padrão de Duração 68,17% de acertos na média dos resultados da avaliação anterior ao treinamento auditivo. Após a terapia, obteve 77,26% de acertos na média dos resultados. No Teste Padrão de Frequência, o grupo apresentou a média de 42,49% de acertos antes da terapia e após apresentou média de 47,49% de acertos. CONCLUSÃO: O grupo que realizou treinamento auditivo obteve melhora do desempenho da habilidade auditiva de ordenação temporal comparado ao grupo que não realizou terapia fonoaudiológica.
Palavras-chave: Implante Coclear, Processamento Auditivo, Treinamento Auditivo |