Poster (Painel)
P127 | AVALIAÇÃO ELETROFISIOLÓGICA E ELETROACÚSTICA DA AUDIÇÃO EM CRIANÇAS COM MEDULOBLASTOMA | Autores: | MENDES, S.A.1, SANTOS, T.S.1, GIL, D.1 1 UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo |
Resumo: Resumo Simples
Introdução: A cisplatina isolada ou combinada é uma droga ototóxica muito utilizada no tratamento de tumores do Sistema Nervoso Central, tais como o meduloblastoma. Os pacientes, em sua maior parte constituída por crianças, podem apresentar uma perda auditiva neurossensorial permanente a qual acomete inicialmente as altas frequências, podendo progredir para as frequências médias e baixas quando expostos ao tratamento com esta droga. A avaliação da audição por meio da Audiometria de Altas Frequências é o método considerado mais sensível para a detecção das perdas auditivas quando comparada à Audiometria Tonal Liminar e a pesquisa das Emissões Otoacústicas. São escassas as pesquisas que buscam avaliar os efeitos das drogas ototóxicas nas vias auditivas centrais medidas por meio dos Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico. Objetivo: Caracterizar os resultados da Audiometria Tonal Liminar (ATL), da Audiometria de Altas Frequências (10 k, 12 k e 14 kHz), dos Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico (PEATE) e das Emissões Otoacústicas evocadas por estímulo Transiente (EOAT) em crianças com meduloblastoma no início, meio e após o tratamento quimioterápico com cisplativa. Método: Participaram deste estudo 17 pacientes, sendo dois avaliados no início do tratamento, cinco durante e dez após o tratamento. Todos os participantes foram submetidos à anamnese, à meatoscopia, à ATL (na faixa de frequências convencional), logoaudiometria, audiometria de altas frequências (10 k, 12 k e 14 kHz), às EOAT e ao PEATE – protocolo neurológico. Resultados: Foram evidenciadas alterações nos limiares auditivos médios, a partir da frequência de 4 kHz, detectadas durante o tratamento. As audiometrias de altas frequências apresentaram alterações durante o tratamento com queda brusca nas frequências de 10 k a 14 kHz. As perdas auditivas encontradas nas avaliações foram do tipo neurossensosorial com configuração descendente com grau variável. Nas EOAT observou-se a ausência de respostas, em sua maior parte, nas bandas de frequências de 3 k e 4 kHz, nos pacientes após o tratamento. Os potenciais evocados auditivos (PEATE) apresentaram alteração nos pacientes antes mesmo do tratamento quimioterápico, confirmando a presença de lesão retrococlear a qual poderia estar relacionada com a localização do tumor que em sua maioria se encontra no cerebelo, próximo ao tronco encefálico. Conclusão: Os limiares auditivos podem sofrer alteração a partir do início do tratamento tanto nos limiares médios como nas altas frequências, tendo início pelas altas frequências; do mesmo modo, as EOAT podem estar ausentes nos pacientes que iniciaram o tratamento sobretudo nas bandas de 3 k e 4 kHz. Já o PEATE pode estar alterado antes mesmo do início do tratamento, confirmando a presença de lesão retrococlear.
Palavras-chave: potenciais evocados auditivos, audiometria, criança, meduloblastoma |