ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: 240-2

Prêmio


240-2

Avaliação do Processamento Auditivo em Indivíduos com Perda Auditiva Neurossensorial de Grau leve a Moderado

Autores:
ANDRADE, A.N.1
1 UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo

Resumo:
Resumo Simples

Introdução: O sistema auditivo recebe, analisa e interpreta as informações recebidas via sentido da audição, sendo extremamente requisitado em situações comunicativas. Quando ocorre a instalação da perda auditiva neurossensorial o indivíduo pode apresentar dificuldade de compreender adequadamente às informações sonoras. A avaliação do efeito da perda auditiva na vida do indivíduo pode ser realizada por meio de testes audiológicos (comportamentais e eletrofisiológicos) e questionários de autoavaliação genéricos ou específicos. Considerando-se que a comunicação é imprescindível para o bom relacionamento social e profissional e que a perda auditiva promove uma ruptura no processo comunicativo que pode gerar alterações emocionais e sociais, impactando negativamente na qualidade de vida do individuo com perda auditiva, hipotetiza-se que a autopercepção das alterações emocionais, sociais e de qualidade de vida seja mais exuberante em indivíduos jovens com perda auditiva periférica associada ao distúrbio do processamento auditivo (DPA). Objetivos: Caracterizar e comparar o desempenho de sujeitos com perda auditiva neurossensorial (PANS) de grau leve a moderado nos testes auditivos comportamentais para avaliar o processamento auditivo e nos questionários genéricos de qualidade de vida e específicos para a audição. Métodos: Participaram do estudo 19 indivíduos com PANS de grau leve a moderado bilateral simétrica, na faixa etária entre 16 e 59 anos de idade, preferência manual direita, de ambos os gêneros. Os sujeitos foram submetidos às seguintes avaliações: dominância lateral, avaliação audiológica (audiometria tonal, logoaudiometria, imitanciometria, potencial evocado auditivo de tronco encefálico), testes auditivos comportamentais para avaliar o processamento auditivo (localização sonora, memória verbal e não verbal em sequência, reconhecimento de fala, fala com ruído branco, dicótico de dígitos, padrão de frequência e duração, identificação de sentenças sintéticas e dicóticas e identificação de intervalos aleatórios) bateria breve de rastreio cognitivo, além dos questionários de autoavaliação SF-36, APHAB e HHIA. Para a análise dos resultados foram utilizadas medidas descritivas e análise inferencial (t-Student, teste Wilcoxon, t-pareado, entre outros) com nível de significância de 0,05. Resultados: Os indivíduos com PANS apresentaram reduzido desempenho nos testes auditivos comportamentais para avaliar o processamento auditivo quando comparados aos critérios de referência estabelecidos para normouvintes. Os melhores resultados foram observados no teste memória para sons não verbais e no teste de identificação de sentenças dicóticas, no qual 70% ou mais de indivíduos apresentaram resultados compatíveis com a normalidade. A análise dos questionários revelou prejuízo no domínio de vitalidade e escala de ruído ambiental, para os questionários SF36 e APHAB, respectivamente, com severa percepção de restrição de participação em atividades de vida diária, analisada pelo HHIA. Conclusões: Indivíduos com PANS apresentam reduzido desempenho na maioria dos testes auditivos comportamentais para avaliar o processamento auditivo disponíveis para a aplicação nessa população, sendo que a orelha direita apresentou melhor desempenho do que a esquerda para o teste DSI. Os indivíduos com PANS de grau leve a moderado apresentam auto percepção de redução de vitalidade, dificuldades com ruído ambiental e severa percepção de restrição de participação em atividades de vida diária.

Palavras-chave:
 Transtornos da audição, Perda auditiva neurossensorial, Testes auditivos