ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: P159

Poster (Painel)


P159

Linguagem oral em crianças com implante coclear: idade na cirugia e tempo de uso do dispositivo

Autores:
SCARABELLO, E.M.3, MORET, A.L.M.2,1, TANAMATI, L.F.1, ZUPELARI, M.M.2,1, ALVARENGA, K.F.2,1
1 HRAC/USP/CAMPUS BAUR - Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, 2 FOB/USP/CAMPUS BAURU - Depto. de Fonoaudiologia Faculdade de Odontologia de Bauru, 3 PG/FOB/USP BAURU - Pós-Graduação Fonoaudiologia Faculdade Odontologia de Bauru

Resumo:
Resumo Simples

Introdução: A integridade anatômica e funcional do sistema auditivo periférico e central e a exposição aos estímulos auditivos são fundamentais e pré-requisitos para a aquisição e o desenvolvimento típico da linguagem oral. O desenvolvimento da linguagem oral envolve inúmeros fatores que devem ser analisados para melhor compreensão do processo de aquisição de cada indivíduo em particular, esses fatores dizem respeito à integridade do sistema nervoso central e ao processo maturacional, à integridade sensorial, às habilidades cognitivas, ao processamento das informações ou aspectos perceptivos, aos fatores emocionais e às influências do ambiente. Na deficiência auditiva é amplamente reconhecido que o Implante Coclear (IC) é um tratamento eficaz para a perda auditiva sensorioneural severa e/ou profunda, embora complexo pela interação de variáveis que interferem no desempenho da criança que usa IC. No Brasil, poucos estudos são relacionados com o desempenho da linguagem oral em indivíduos com perda auditiva, em relação aos seus diversos aspectos. Em geral os estudos relatam em maior quantidade os resultados do desempenho auditivo da criança. Objetivo: Este estudo propôs verificar o desempenho de 30 crianças de 3 a 6 anos incompletos usuárias de IC quanto ao desenvolvimento de linguagem oral expressiva e receptiva em relação à idade na cirurgia e ao tempo de uso do dispositivo. Metodologia: Os testes utilizados foram: Teste de linguagem infantil nas áreas de fonologia, vocabulário, fluência e pragmática – ABFW (linguagem expressiva) e Teste de Vocabulário de Imágenes Peabody (linguagem receptiva). O tratamento estatístico constou de análise descritiva e aplicação do Teste de Normalidade de Kolmogorov-Smirnov, Teste de Correlação de Pearson e Teste de Correlação de Spearman, com valores de significância p <0,005. Resultados: Na correlação dos resultados referentes à linguagem oral expressiva houve diferença estatisticamente significante quando comparado o tempo de uso do dispositivo nas categorias semânticas “Animais”, “Alimentos”, “Meios de Transporte” e “Profissões”, ou seja, quanto maior o tempo de uso do dispositivo melhores foram os resultados de linguagem oral expressiva nestas categorias. Observou-se também que há essa diferença estatisticamente significante com correlação negativa para as categorias “Animais” e “Alimentos” em relação à idade na cirurgia, mostrando que quanto menor a idade no momento da cirurgia melhores foram os resultados na linguagem expressiva. Referente à linguagem oral receptiva houve diferença estatisticamente significante com correlação negativa apenas para a idade na avaliação, ou seja, as crianças mais novas tiveram melhor desempenho nesta prova. Embora não tenha sido estatisticamente significante a idade na cirurgia, a correlação com os resultados no teste Peabody também foi negativa, o que significa que quanto menor a idade na cirurgia melhor o resultado no teste. Conclusão: O maior tempo de uso do implante coclear e a menor idade na cirurgia influenciaram o desempenho na linguagem oral expressiva e receptiva de crianças usuárias de implante coclear, embora não plenamente em todas as provas de linguagem oral avaliadas. Estudos longitudinais são fundamentais para aprofundar estes achados.

Palavras-chave:
 Implante Coclear, Criança, Linguagem