Poster (Painel)
P130 | Efeitos da habilitação auditiva em crianças usuárias de implante coclear: análise das medidas eletrofisiológicas e comportamentais | Autores: | FAGUNDES, L.A.1, COUTO, M.I.V.1, MAGLIARO, F.C.L.1, TSUJI, R.K.1, BENTO, R.F.1, CARVALHO, A.C.M.1, MATAS, C.G.1 1 FMUSP - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo |
Resumo: Resumo Simples
Introdução: O desenvolvimento e a organização das vias auditivas centrais em crianças estão intimamente relacionados a uma experiência auditiva efetiva. Em crianças usuárias de Implante Coclear (IC), a utilização dos Potenciais Evocados Auditivos de Longa Latência (PEALL), constitui-se como um instrumento capaz de avaliar a integridade e a funcionalidade das vias auditivas centrais, além de monitorar as mudanças neurofisiológicas ocorridas após a ativação do IC. Objetivo: Avaliar a maturação cortical por meio da análise longitudinal dos PEALL em crianças usuárias de IC, e sua correlação com o desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem. Metodologia: Estudo clínico do tipo longitudinal composto por 10 sujeitos, sendo 5 (4 meninas e 1 menino) com perda auditiva neurossensorial de grau severo e/ou profundo bilateral congênita, as quais aguardavam a ativação dos eletrodos do IC, com média de idade na ativação de 34 meses (mínimo de 21 e máximo de 49 meses), e 5 crianças ouvintes pareadas por gênero e idade cronológica. Os grupos realizaram uma avaliação eletrofisiológica da audição por meio dos PEALL em sistema de campo sonoro, com a sílaba /ba/ apresentada à 1.9 est/seg, em intervalos inter-estímulos de 416 ms, com duração de 114,88 ms e na intensidade de 70 dBnNA. As crianças do grupo estudo também foram avaliadas quantos às medidas comportamentais de audição e linguagem, de acordo com a percepção dos pais, por meio dos protocolos Infant-Toddler: Meaningful Auditory Integration Scale (IT-MAIS) e Meaningful Use of Speech Scales (MUSS), e por meio de avaliação realizada com a própria criança através da aplicação do Glendonald Auditory Screening Procedure (GASP). Cada criança foi avaliada em três diferentes momentos: anterior à ativação do IC e após três e nove meses de ativação, seguindo o mesmo intervalo de tempo para as crianças do grupo controle. Resultados: Na avaliação dos PEALL no período pré-ativação, foi observada ausência de resposta em todas as crianças do grupo estudo; já nas duas ultimas avaliações, foi observada presença do componente P1 em 100% das crianças, estando a média dos valores de latência em 242 e 147 ms, respectivamente na segunda e terceira avaliação, alcançando, assim, valores que aproximaram-se muito dos obtidos no grupo controle, no qual a média de latência do componente P1 variou de 125 para 119 ms entre a primeira e a última avaliação. Quanto à avaliação comportamental, observou-se média do percentual entre a primeira e última avaliação, respectivamente, de: 39 para 81% no protocolo IT-MAIS e de 39 para 68% no MUSS. Na categoria GASP observou-se que, nove meses após a ativação, todas as crianças já eram capazes de detectar os sinais de fala e algumas de diferenciar palavras por meio de traços suprassegmentais. Conclusões: Os resultados obtidos no presente estudo evidenciaram que o registro por meio dos PEALL, combinado com medidas comportamentais de audição e de linguagem, pode representar uma ferramenta clínica de grande importância para monitorar as modificações ocorridas nas vias auditivas centrais após ativação do IC e mensurar de forma objetiva os efeitos da habilitação auditiva.
Palavras-chave: Potencial Evocado Auditivo, (re) Habilitação auditiva, Implante Coclear |