ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: 062

Investigação


062

Potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE) com estímulo clique e fala em crianças com dificuldades escolares

Autores:
SANFINS, M.D.1, UBIALI, T.1, BORGES, L.R.1, DINIZ, T.1, RODRIGUES, S.1, CIASCA, S.M.1, COLLELA-SANTOS, M.F.1
1 UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas

Resumo:
Resumo Simples

Atualmente, preconiza-se o uso de técnicas eletrofisiológicas na avaliação do processamento da audição, com a finalidade de obter informações mais precisas sobre o funcionamento do sistema nervoso auditivo central (SNAC). Recentemente, o uso de estímulos complexos, como os sons de fala, são recomendados para investigar o processamento de sinais complexos, visto que possibilitam uma análise mais apurada do sistema, principalmente, quando o foco do estudo é a alteração de linguagem. O objetivo deste estudo foi investigar as respostas do PEATE com os estímulos clique e de fala em crianças com dificuldades escolares e crianças com desenvolvimento típico. Foram avaliadas 29 crianças divididas em dois grupos: Grupo Estudo (GE): 11 crianças (m=10,7 anos; DP=1,34) com queixas escolares; e Grupo Controle (GC): 18 crianças com desenvolvimento típico (m=10,8 anos; DP= 2,11) sem queixas acadêmicas. Todos os sujeitos tinham entre 8 e 14 anos sem alterações auditivas, visuais e neurológicas. Os critérios de inclusão foram: avaliação audiológica básica com limiares até 20dB, logoaudiometria compatível com os limiares tonais, curva tipo A e reflexos acústicos ipsi e contralaterais presentes. Para a avaliação do PEATE, utilizou-se a intensidade de 80dBNA para o estímulo clique e de 80dBNPS para o estímulo de fala (sílaba /da/), sendo considerados normais os indivíduos com presença das ondas I, III e V (click) e ondas V, A, C, D, E, F e O (fala) dentro dos limites de normalidade para a faixa etária. Para a análise estatística, foram utilizados os testes Kolmogorov-Smirnov, T-Student e Mann-Whitney. O nível de significância adotado foi 5%. No PEATE clique não foram encontradas diferenças significantes entre os grupos na análise das latências e amplitudes das ondas I, III e V bilateralmente. No PEATE fala foi observada diferença estatisticamente significante entre os grupos somente na latência da onda D na orelha direita, com valores de latência maiores para o grupo estudo (p=0,0428). A média do Slope VA foi menor no grupo estudo em relação ao GC na OD com uma tendência à significância estatística (p=0,08). Esta alteração no PEATE com estímulo de fala nas crianças com dificuldades escolares pode estar relacionada com mecanismos neurais anormais para a codificação da fala. Novos estudos poderiam ser realizados, com um número maior de sujeitos, assim como a reavaliação de nossos pacientes, o que possibilitaria compreender esses resultados e aprimorar a utilização do PEATE fala, uma vez que este procedimento parece ser muito fidedigno no teste e reteste e de grande valia nos casos de dificuldades escolares e de aprendizagem.

Palavras-chave:
 Auditory Evoked Potentials, Hearing, Electrophysiology