ANÁLISE DAS OCORRÊNCIAS DE “FALHAS” NA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL: O QUE TEMOS OBSERVADO?
Chiriboga, L.F. ;
Sideri, K.P. ;
Introdução: Segundo as Diretrizes da Triagem Auditiva do Ministério da Saúde, a TAN deve ser realizada, preferencialmente, nos primeiros dias de vida (24h a 48h), e, no máximo, durante o primeiro mês de vida. A presença de indicadores de risco para perda auditiva (IRPA) deve orientar o protocolo de exames a ser seguido, sendo que para recém-nascidos (RN) sem indicador de risco, utiliza-se o exame de Emissões Otoacústicas Evocadas (EOAE) e para RN com risco, utiliza-se o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE- Automático). Dentro da dinâmica do serviço de TAN, sabe-se que o exame de EOAE é mais simples de ser executado e apresenta uma boa especificidade e sensibilidade para a identificação de possíveis alterações auditivas. No entanto, alguns RN (principalmente aqueles que realizam o exame durante a internação hospitalar) apresentam falhas, que podem ser caracterizadas como um falso- positivo, ou seja, não se tratar de uma real alteração. A etapa de reteste é extremamente importante para a reavaliação dos casos de falha, com intuito de refutar ou confirmar uma possível alteração auditiva. Objetivo: Descrever os índices de falha nas etapas de teste e reteste da TAN para os RN sem risco Método: Este estudo é uma análise documental de julho a dezembro 2020 de um hospital que possui serviço de TAN. Foram selecionados para a análise os RN que não apresentaram IRPA e falharam na triagem auditiva por EOA. Destes RN, foi verificado em qual(is) orelha(s) ocorreu a falha e também a posterior conduta. Resultados: Dos 4167 prontuários analisados, verificou-se que 64 RN sem IRPA falharam bilateralmente na triagem com EOAE (1,54% do total analisado). Além destes, 21 RN falharam apenas na orelha direita (0,5)% e 48 RN apenas na orelha esquerda (1,15%). Como já reportado em literatura, observou-se um maior índice de falhas na orelha esquerda. Dos RN que falharam, foram confirmados 3 casos de perdas auditivas, 1 caso de evasão e os demais obtiveram resposta satisfatória no reteste. Conclusão: Por meio desse levantamento, é possível analisar que a orelha esquerda apresenta um maior índice de falha no teste EOAE em RN sem IRPA em relação a orelha direita. Além disso, a maioria dos casos de falha eram resultados “falso-positivo”.
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas e Departamento de Atenção Especializada. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012;
2. JOINT COMMITTEE ON INFANT HEARING (US JCIH). Year 2019 position statement: principles and guidelines for early hearing detection and intervention programs. The Journal of Early Hearing Detection and Intervention 2019; 4 (2)
3. Y S Sininger, B Cone-Wesson. Asymmetric cochlear processing mimics hemispheric specialization. Science. 2004 Sep 10;305(5690):1581
4. Simonek, MCS; Azevedo, MF. Respostas falso-positivas na triagem auditiva neonatal universal: possíveis causas. Rev. CEFAC 13 (2) • Abr 2011
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