Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

SÍFILIS CONGÊNITA: OCORRÊNCIA DE PASSA E FALHA NA TRIAGEM AUDITIVA
Aguiar, L. B. ; Cunha, B. K. S. ; Lima, M. T. A. ; Brito, M. E. F. ; Arrais, N. M. R. ; Moore, D. R. ; Balen, S. A. ;

Introdução: A sífilis congênita é um indicador de risco para a deficiência auditiva, por esse motivo preconiza-se a realização da Triagem Auditiva Neonatal com o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico Automático (PEATE-A) nestes bebês. Contudo, existe uma lacuna na literatura sobre achados que indiquem sua influência na via auditiva. Com isso, surge a necessidade de investigar este indicador, possibilitando assim a otimização do sistema de saúde, a facilitação do monitoramento e acompanhamento da audição ao longo dos primeiros anos de vida, além de esclarecer as consequências da sífilis congênita na audição. Objetivo: Verificar a ocorrência de passa e falha no potencial evocado auditivo de tronco encefálico automático (PEATE-A) de bebês com sífilis congênita nos dois primeiros meses de vida. Metodologia: Estudo prospectivo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob nº 4.684.404. Foi realizado o PEATE-A a 35 dB nNA, após alta hospitalar (9 a 60 dias). A amostra foi constituída por 93 bebês advindos de maternidades públicas, divididos em três grupos: Grupo 1 (Bebês expostos à sífilis): 7 bebês de mães que fizeram o tratamento adequado de sífilis no pré-natal após serem detectadas com o exame Veneral diseases research laboratory (VDRL) positivo; Grupo 2 (Bebês com sífilis congênita): 37 bebês de mães que realizaram o tratamento de sífilis juntamente com seus bebês, no período perinatal, em decorrência de resultado positivo no exame VDRL ao nascimento; Grupo 3 (Bebês controle): 49 bebês de mulheres que não tiveram resultado positivo do exame VDRL, isto é, evidenciando a não presença de sífilis durante seus períodos pré e perinatal. Nenhum dos bebês possuía outro indicador de risco para deficiência auditiva. Foi descrita a frequência absoluta e relativa da ocorrência de passa e falha no PEATE-A em função dos grupos. Resultados: A frequência de ocorrência de passa foi semelhante nos três grupos. No grupo 1, observou-se 100% de passa bilateralmente nos bebês. Quanto ao grupo 2 ocorreu 97,30% de passa na OD e 94,45% de passa na OE. Já no grupo 3 foi obtido 95,83% de passa na OD e 93,75% de passa na OE. Conclusão: A exposição à sífilis e a presença da sífilis congênita não indicaram maior ocorrência de falha no PEATE-A durante a triagem auditiva nos dois primeiros meses de vida. Desta forma, observou-se indicativo de que a sífilis congênita tenha baixo risco de suspeita de alteração audiológica nos primeiros dois meses de vida.

Palavras-chave: Potenciais Evocados Auditivos do Tronco Encefálico; Sífilis; Deficiência Auditiva.

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DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.226
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/36eia/anais-trabalhos-consulta/226