REABILITAÇÃO VESTIBULAR EM IDOSOS E OS BENEFÍCIOS NO EQUILÍBRIO E NA DIMINUIÇÃO DE QUEDAS
Ribeiro, J.A. ;
Fernandes,F.S. ;
Introdução: O envelhecimento é um processo irreversível, que por sua vez compromete todos os componentes do controle postural (visual, somatossensorial e vestibular), efetor (força, amplitude de movimento, alinhamento biomecânico, flexibilidade) e sistema nervoso central. A degeneração e perda progressiva de células nervosas no sistema vestibular periférico e central, é responsável pela ocorrência de vertigem (sensação de rotação corporal ou do ambiente), tontura (desequilíbrio sem sensação rotatória) e desequilíbrio na população da terceira idade. Alguns autores consideram a tontura como uma síndrome geriátrica definida como uma condição de saúde multifatorial devido ao efeito cumulativo de disfunções em múltiplos sistemas. Para os idosos uma das causas mais comuns de atendimento emergencial é a queda, que pode ter consequências graves. Fraturas, edemas, por vezes causam transtornos físicos e emocionais, demoram a curar ou mesmo podem levar à morte. As quedas muitas vezes afetam de maneira negativa o senso de confiança em andar sozinho, fazer tarefas cotidianas, reduzindo assim a sua participação como agente ativo socialmente. A reabilitação Vestibular (RV) é uma ferramenta com altos índices de resultados positivos, comprovados na literatura, para amenizar os efeitos do desequilíbrio. Trata-se de uma opção terapêutica que não atua na causa do distúrbio vestibular e sim usando os mecanismos centrais de neuroplasticidade, a saber, a adaptação, a habituação e a substituição. Objetivo: Avaliar por meio de revisão bibliográfica a efetividade da reabilitação vestibular em idosos e os ganhos descritos fazendo um comparativo com a diminuição de quedas e com a melhora na qualidade de vida. Metodologia: Para a construção deste artigo foi feita uma pesquisa de abordagem qualitativa, através de levantamento bibliográfico. Resultados: A RV em casos de vestibulopatias pode promover a cura completa em 30% dos casos e diferentes graus de melhora em 85% dos indivíduos. Pesquisas mostram melhoras ainda mais significativas usando técnicas (protocolos) diferentes e exercícios personalizados. De modo similar, idosos sem vestibulopatias são beneficiados com os exercícios de RV. Assim são capazes de melhorar o equilíbrio e, consequentemente, diminuir a possibilidade de queda. Conclusão: As quedas hoje configuram uma das causas mais comum de atendimento emergencial em idosos. Os custos hospitalares e pessoais gerados com as complicações das quedas podem ser altos. A RV beneficia os pacientes que apresentam dificuldade de equilíbrio corporal, possibilitando a diminuição do índice de quedas na terceira idade, ajudando na melhora na orientação espacial, além de propiciar impactos positivos no bem-estar geral do indivíduo. Recomendamos que idosos, ao referirem dificuldades na estabilização postural, com ou sem relato de quedas, sejam elegíveis para a realização da RV, visto que a RV evidencia um caráter preventivo e terapêutico em relação as alterações do equilíbrio em idosos.
1. (CAOVILLA et al., 2001)(MANTELLO et al., 2008)(KING; HORAK, 2014)(BATISTA et al., 2013) (RICCI et al., 2010)
2. CAOVILLA, H. H. et al. Estratégias terapêuticas em otoneurologia. [S.l.]: Atheneu, 2001.
3. KING, L.; HORAK, F. The Role of the Vestibular System in Postural Control. In: HERDMAN, S. J.; CLENDANIEL, R. (Org.). . Vestib. Rehabil. Contemporary perspectives in rehabilitation. [S.l.]: F. A. Davis Company, 2014. .
4. MANTELLO, E. B. et al. Efeito da reabilitação vestibular sobre a qualidade de vida de idosos labirintopatas. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, v. 74, n. 2, p. 172–180, abr. 2008.
5. RICCI, N. A. et al. Revisão sistemática sobre os efeitos da reabilitação vestibular em adultos de meia-idade e idosos . Brazilian Journal of Physical Therapy . [S.l.]: scielo . , 2010
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