Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

INTEGRANDO OS ACHADOS OTONEUROLÓGICOS E QUALIDADE DE VIDA NA DISFUNÇÃO VESTIBULAR PERIFÉRICA
Silveira, R. M. G. ; Diniz Junior, J. ; Mantello, E. B. ;

Introdução. Desequilíbrio, tontura e vertigem são sintomas otoneurológicos que acometem amplamente a população. Cada vestibulopatia deve ser tratada de acordo com sua etiologia. Os tratamentos podem ser medicamentosos, controle metabólico e orientação nutricional ou por meio da Reabilitação Vestibular (RV). O acometimento do equilíbrio funcional pode ser mais recorrente em idosos e a presença de múltiplas doenças associadas ao quadro vestibular. Logo, conhecer de forma ampla o perfil clínico do paciente colabora no diagnóstico e tratamento precisos. Objetivo. O objetivo deste estudo foi caracterizar o perfil clínico dos indivíduos com diagnóstico de vestibulopatia periférica e verificar associação entre os achados clínicos com o impacto dos sintomas otoneurológicos sobre a qualidade de vida. Metodologia. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o número de parecer 4.462.519. Trata-se de um estudo primário, observacional, transversal, retrospectivo, descritivo e analítico, no qual foram analisados 50 prontuários de pacientes acometidos por vestibulopatias periféricas. Foram coletadas as características ligadas à vestibulopatia e os resultados do questionário Dizziness Handicap Inventory (DHI), estes dados foram submetidos à análise estatística descritiva e inferencial. Resultados. Encontrou-se pacientes com média de idade de 55,38 anos, sendo 35 (70%) do sexo feminino e 15 (30%) do sexo masculino. O diagnóstico médico etiológico e/ou funcional variou individualmente, sendo observado 18 (36%) dos pacientes acometidos por hipofunção vestibular unilateral, 11 (22%) pela doença de Menière, 9 (18%) por hipofunção vestibular bilateral, 8 (16%) pela vertigem posicional paroxística benigna (VPPB), e 4 (8%) por outras etiologias. 30 (60%) pacientes relataram que os sintomas otoneurológicos causavam um sentimento de incapacidade. Em relação aos hábitos de vida, constatou-se que 18 (36%) praticavam atividades físicas, 5 (10%) apresentavam hábitos relacionados ao tabagismo e etilismo. Na análise descritiva, por meio das medidas de posição e dispersão, encontrou-se para o DHI os valores de 53,2 (±20,74) para a média do escore total, 16,24 (±6,07) para a média do aspecto físico, 20,52 (±9,02) para a média do aspecto funcional e 16,44 (±10,06) para a média do aspecto emocional. O valor médio do escore total do DHI evidenciou uma desvantagem moderada sobre a qualidade de vida. Na análise inferencial, por meio da ANCOVA, constatou-se que os pacientes que praticavam atividade física perceberam um menor impacto da doença em suas vidas (p-valor = 0,0167) e, os pacientes que apresentavam o sentimento de incapacidade, devido aos sintomas otoneurológicos, apresentaram maior prejuízo na qualidade de vida (p-valor = 0,0468). Conclusão. Conclui-se que, na amostra pesquisada, houve relação significativa entre a prática de atividade física com menor prejuízo causado pelos sintomas otoneurológicos na qualidade de vida e também entre um maior impacto na qualidade de vida nos indivíduos que apresentavam sentimento de incapacidade relacionado às queixas vestibulares.

Boechat EM, et al. (Org.). Tratado de Audiologia. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015,69:807-809.
Bittar RSM, Medeiros IRT, Venosa AR, Oliveira CACP, Vestibulopatias periféricas. Associação Brasileira de Otorrinolaringologia Cirurgia Cérvico-facial, Tratado Otorrinolaringologia 2011
Gazzola JM,Perracini MR, Ganança MM, Ganança FF. Fatores associados ao equilíbrio funcional em idosos com disfunção vestibular crônica. Rev Brasileira de Otorrinolaringologia. 2006.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.232
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/36eia/anais-trabalhos-consulta/232