ATENDIMENTO FONOAUDIOLÓGICO: AVALIAÇÃO OTONEUROLÓGICA EM CRIANÇAS, ADULTOS E IDOSOS.
Catalani, B. ;
Raineri, G. G. ;
de Melo, M. ;
Danelon, T. F. ;
Oliveira, J. R. M. ;
Introdução: Os protocolos clínicos têm o objetivo de estabelecer, claramente e com rigor metodológico, os critérios de etapas para o diagnóstico e as diretrizes terapêuticas a serem seguidas diante de alterações sensoriais ou perceptuais dos indivíduos, além de possibilitar o monitoramento clínico em relação à efetividade do tratamento. Em especial, estabelecer um protocolo para investigar o sistema vestibular de indivíduos com deficiência auditiva é primordial em serviços de saúde auditiva. Objetivo: Apresentar o protocolo otoneurológico utilizado na prática clínica em um serviço público de alta complexidade voltado à saúde auditiva quanto à avaliação e à reabilitação vestibular em crianças, adultos e idosos com deficiência auditiva conduzido por fonoaudiólogo. Metodologia: Trata-se de estudo descritivo de relato de experiência profissional quanto ao protocolo otoneurológico de atendimento clínico. Resultados: o protocolo abrange o levantamento de dados da história pregressa e atual da queixa e a utilização de provas instrumentadas e não instrumentadas para avaliação funcional do equilíbrio. As provas não instrumentadas compreendem: Provas de Equilíbrio Estático e Dinâmico (Romberg, Romberg-Barré e Fukuda) para avaliação do Reflexo Vestíbulo-Espinal; observação clínica do Nistagmo Espontâneo, Semi-espontâneo, e “H” para avaliação da musculatura extrínseca ocular e suas vias nervosas; Head Impulse Test Clínico e Head Shaking para avaliação do Reflexo Vestíbulo-Ocular (RVO); Provas Cerebelares (Index-naso e diadococinesia) para avaliação das vias cerebelares; Provas de Posicionamento (Head Roll Test e Dix-Hallpike) para avaliação dos canais semicirculares quanto à litíase. Quanto às provas instrumentadas, são realizadas: registro do Nistagmo Espontâneo e Semi-espontâneo, Provas Oculomotoras, com registro das provas Sacádica fixa e aleatória, Rastreio Pendular e Optocinético, que avaliam vias oculomotoras e musculatura extrínseca ocular; e Prova Calórica, realizada a ar nas temperaturas 50º e 24º, que avaliam o RVO em muito baixas frequências dos canais semicirculares laterais. Desta forma é possível inferir em relação às disfunções periféricas ou centrais do sistema otoneurológico. Conclusão: O protocolo elaborado com respaldo científico revelou-se satisfatório no atendimento de serviço de saúde auditiva, tendo alcance para crianças, adultos e idosos quanto ao sistema vestibular permitindo efetuar o diagnóstico e direcionamento na reabilitação da função alterada.
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