DIABETES MELLITUS E AUDIÇÃO: UM ALERTA AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE.
Ramos, K. G. ;
Fernandes, F. S. ;
O Brasil, em exposição ao cenário mundial, coloca-se como a quinta nação com o maior número de adultos diabéticos, apresentando uma taxa elevada de crescimento populacional diabético. A Diabetes Mellitus (DM) é configurada como uma síndrome metabólica, decorrente da ineficiência da ação ou secreção da insulina. O descontrole do nível glicêmico acaba por acarretar como comorbidades doenças cardiometabólicas, como a macroangiopatia e microangiopatia. Considerando a microangiopatia diabética, quando os níveis hiperglicêmicos se mantem em constante elevação, afiguram-se danos ao endotélio vascular decorrentes da formação de placas de ateroma que resultam no agravamento microvascular. Diante do confronto de achados audiológicos e estabelecimento da mais relevante relação entre a audição e a Diabetes Mellitus, objetiva-se disseminar aos profissionais de saúde, em administração direta com diabéticos, a premência de maior sensibilidade aos sinais de alterações sugestivas de exigência de investigação audiológica, no intuito de minimizar os danos na saúde auditiva e na comunicação humana gerados pela privação sensorial. Corporificou-se como metodologia revisão narrativa de literatura, onde a referida manteve-se instrumentalizada por consultas de diferentes periódicos, dentre eles artigos, sites, livros e revistas acadêmicas, por meio de plataformas digitais e bibliotecas físicas. O metabolismo da glicose é um potencial influenciador no funcionamento do ouvido interno, pois a insulina dentre seus efeitos acaba por influenciar a manutenção do potencial evocado endococlear. As alterações anatomofuncionais dos vasos sanguíneos interferem tanto no transporte de nutrientes para as atividades celulares da cóclea, frente ao espessamento das paredes dos capilares, quanto na degeneração secundária do nervo vestibulococlear, evidenciando risco diante da neuropatia auditiva. Ponderando essa premissa torna-se pertinente a realização de testes eletrofisiológicos para complementar a investigação audiológica das estruturas acometidas. A perda auditiva neurossensorial em pacientes diabéticos torna-se evidente em estudos variados, onde os achados são sugestivos de perda de grau leve à moderado e com presença de curvas que demonstram frequências altas como as mais acometidas, em justificativa a essa incidência temos a conjuntura colear revelando a região basal como a mais vascularizada. Analisando a função vestibular, sua intensa atividade metabólica e a ocorrência de sintomas, obtemos muitas controvérsias, gerando uma reflexão sobre o real efeito da diabetes sobre o sistema vestibular. A DM é um dos distúrbios metabólicos comumente ligado a ocorrência de alterações auditivas, frequentemente promovida pela microangiopatia como fator desencadeante. A articulação de saberes viáveis neste estudo defende a necessidade de ações de saúde coletiva, onde os profissionais de saúde devem manter uma postura investigativa em relação a saúde auditiva dos mesmos, pois o reconhecimento da realidade patológica se faz necessário para moldar hábitos que levam à qualidade de vida, equilíbrio do quadro glicêmico e consequentemente ao controle de lesões audiológicas. Por conseguinte, estabelece-se provável ligação entre a hiperglicemia rotineira e as lesões geradas ao sistema auditivo, fazendo necessário, novos estudos com critérios sistematizados de modo a construir indagações pertinentes a inclinação entre a DM, suas comorbidades e a perda auditiva.
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