Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

IMPACTO DOS SINTOMAS VESTIBULARES E CARDIOLÓGICOS SOBRE A QUALIDADE DE VIDA DO PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Soares, A. K. A. ; Nascimento, G. F. F. ; Sales, M. A. M. L. ; Diniz, R. V. Z. ; Lizzi, E. A. S. ; Diniz Júnior, J. ; Mantello, E. B. ;

Introdução: A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma síndrome clínica que acarreta comprometimentos estruturais e/ou funcionais do sistema cardiovascular, o que implica na alteração dos mecanismos de irrigação sanguínea em diversas estruturas corporais. As doenças cardiovasculares podem gerar também danos ao sistema cocleovestibular, desencadeando sintomas como tonturas e vertigens, pré-síncope e desequilíbrios, os quais provocam impacto negativo na qualidade de vida do seu portador. Objetivo: Identificar o impacto dos sintomas vestibulares e cardiológicos sobre a qualidade de vida do paciente com Insuficiência Cardíaca. Metodologia: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o parecer de número 2.809.558, caracterizado como observacional, transversal descritivo e analítico. Foram avaliados pacientes com diagnóstico de IC e queixas típicas de vestibulopatias. A anamnese fonoaudiológica foi utilizada para colher dados sobre sintomas cocleovestibulares; foi feito um levantamento dos dados cardiológicos referentes ao tipo, etiologia da IC e dados de Pressão Arterial (PA). A avaliação vestibular foi realizada por meio do Video Head Impulse Test (vHIT) com o intuito de diagnosticar uma possível hipofunção vestibular. Foram aplicados também dois questionários (Dizzines Handcap Inventory -DHI e Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire - MLHFQ) para avaliar os efeitos da IC e da tontura na qualidade de vida (QV) dos pacientes. Resultados: A amostra caracterizou-se por 34 pacientes, sendo 27 do sexo masculino (79.41%) e sete do sexo feminino (20.59%), com média de idade em 55.09 anos. Com relação aos sintomas vestibulares, a tontura (73.53%) teve um maior destaque, seguido da vertigem (52.94%), pré-síncope (35.29%) e desequilíbrio ou instabilidade (26.47%). A IC foi classificada como sistólica em 61.76% da amostra e diastólica em 38.24%. Sobre a etiologia, 67.65% dos pacientes se englobavam no grupo de cardiomiopatia de origem variada, enquanto 32.35% eram de origem isquêmica. A pressão arterial (PA) foi aferida nas posições sentado, deitado e em pé e foram observadas médias de 115x73mmHg, 118x74mmHg e 114x74mmHg, respectivamente, o que não caracterizou o desencadeamento dos sintomas devido uma possível hipotensão ortostática. Sobre a avaliação vestibular, 29 pacientes apresentaram hipofunção em pelo menos um canal semicircular no VHIT (85.30%), enquanto cinco pacientes (14.70%) tiveram ganho de reflexo vestíbulo-ocular dentro dos padrões de normalidade. Na análise dos escores totais do DHI, a média total foi de 23.71 pontos e 9.71 para os aspectos físicos, 9.47 para os funcionais e 4.53 para os emocionais. No MLHFQ, a média do escore total foi de 22.47 pontos e 8.88 para as dimensões físicas, 7.97 para as gerais e 5.71 para as emocionais. Observa-se que ambos os escores dos questionários utilizados representam um prejuízo leve na QV. Conclusão: Identificou-se, nos pacientes avaliados com IC, presença de sintomas vestibulares e cardiológicos expressivos, porém estes exerceram impacto leve sobre a qualidade de vida, conforme mensurado pelos questionários DHI e MLHFQ.

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DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.269
ISSN 1983-1793X
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