PROCESSAMENTO AUDITIVO EM CRIANÇAS COM DISFLUÊNCIA: UMA REVISÃO NARRATIVA
Evangelista, E. K. B. ;
Melo, T. C. F. ;
Silva, J.Q ;
Lima, L. R. S. ;
Lins, I. P. S. ;
Souza, I. C. M ;
Duarte, D. S. B. ;
Carneiro, D. L. S. ;
Britto, D. B. L. A. ;
Griz, S. M. S. ;
Introdução: A integração da linguagem e o ato motor em conformidade com o processamento neural, caracterizam uma fala fluída. Para que isso ocorra, é necessário que os símbolos e os sinais estejam andando em concordância até que a mensagem chegue ao córtex motor. Quando há um desequilíbrio a fluidez é interinamente interrompida, gerando assim a disfluência que irá comprometer o momento da produção da fala. Tendo em vista que, no processamento auditivo central o indivíduo depende das habilidades auditivas para compreender o que ouve, quando há alguma alteração nessas habilidades o processamento auditivo pode ser um dos fatores que leva a produção do discurso disfluente. Objetivo: Descrever os principais achados sobre os testes de processamento auditivo em crianças com disfluência. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa realizada no mês de maio de 2021, sendo utilizadas as seguintes bases de dados: SciELO, PubMed e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Para a realização das buscas foram utilizados os descritores: “Stuttering OR chilldhood-Onset Fluency Disorder” AND “Auditory processing” OR “test, auditory processing” OR “Auditory Processing Disorder” AND “children”” OR child”. Foram incluídos estudos de crianças com disfluência, com faixa etária até doze anos de idade, submetidos a exame de processamento auditivo. Como exclusão, foram considerados: estudos com animais, artigos de revisão, capítulos de livro, trabalhos de conclusão de curso, dissertação de mestrado, teses de doutorado e artigos que não abordassem o tema do processamento auditivo em crianças com disfluência. Resultados: Após leitura de títulos e resumos, ficaram cinco artigos para leitura na íntegra. Desses, apenas três se enquadraram dentro da temática do trabalho. Os três estudos foram publicados entre os anos de 2011 a 2020. Participaram do estudo indivíduos com idade mínima de 07 e máxima de 17 anos. Os testes realizados foram: protocolo do treinamento auditivo acusticamente controlado (TAAC); Testes Tonais de Padrão de Frequência (PPS-Pitch Pattern Sequence Test), Testes Tonais de Padrão de Duração (DPS - Duration Pattern Sequence Test); Retroalimentação auditiva habitual (RAH) e atrasada (RAA). As habilidades auditivas analisadas foram: figura de fundo, fechamento, separação binaural e integração binaural, taxa de elocução e gravidade da gagueira na condição de escuta habitual com a condição de escuta atrasada. Foi possível observar que não houve melhora na fluência da fala das crianças que participaram do treinamento auditivo, porém as suas habilidades auditivas apresentaram melhor desempenho. Na retroalimentação houve melhora da fluência em crianças sem alteração no PAC, reduzindo a quantidade de bloqueios e repetições de palavras monossilábicas, sendo necessário a avaliação das habilidades auditivas. Já nos testes de padrão temporal houve desempenho alterado e, o indicando a existência da relação entre a gagueira e o transtorno do processamento auditivo, sendo importante a inclusão da avaliação do processamento temporal no processo diagnóstico da gagueira, auxiliando as habilidades auditivas na intervenção terapêutica para melhor da fluência. Conclusão: A implementação da avaliação do PAC para a realização do diagnóstico da disfluência é um grande aliado, sendo útil para complementar a avaliação fonoaudiológica e trazer melhoras nas habilidades auditivas destas crianças.
SILVA, R; OLIVEIRA, C. M. C; CARDOSO, A. C. V. Aplicação dos testes de padrão temporal em crianças com gagueira desenvolvimental persistente. Revista CEFAC, v. 13, n. 5, 2011.
ALENCAR, P. B. A. et al. Acoustically controlled auditory training in children with speech disfluency: a case report. Revista CEFAC, v. 22, n. 6, 2020.
PICOLOTO, L. A. et al. Efeito da retroalimentação auditiva atrasada na gagueira com e sem alteração do processamento auditivo central. CoDAS, v. 29, n. 6, 2017.
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