ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS NA AVALIAÇÃO ELETROFISIOLÓGICA E COMPORTAMENTAL DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
Stadulni, A.R.P. ;
Sleifer, P. ;
Berticelli, A.B. ;
Riesgo, R. ;
Muniz, C.N.R. ;
Schochat, E. ;
Objetivo: descrever e analisar os resultados obtidos na avaliação eletrofisiológica e comportamental do Processamento Auditivo em crianças e adolescentes com diagnostico de AVC e compará-las a sujeitos com desenvolvimento representativos de mesma faixa etária. Método: participaram 21 crianças e adolescentes com diagnóstico de AVC com idade entre 7 e 17 anos e 11 meses (Grupo Estudo – GE) e 42 crianças e adolescentes com desenvolvimento representativos de normalidade (Grupo Controle – GC), com mesma faixa etária do Grupo Estudo. Além da história clínica e anamnese minuciosa, foram realizadas: avaliação audiológica periférica básica, avaliação comportamental do Processamento Auditivo Central (Dicótico de dígitos – DD, Teste Padrão de Frequência – TPF) e avaliação eletrofisiológica, por meio do teste Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico, para verificar a sincronia neural e P300. Resultados: Os sujeitos do GE foram divididos em tipo de AVC (isquêmico e hemorrágico), sendo 22 (92%) do tipo Isquêmico e 2 (8%) do tipo hemorrágico, quanto as distribuições do sítio da lesão, podemos observar que a maioria 15 (63%), foi no hemisfério temporal esquerdo, 6 (25%) no hemisfério direito. O GE apresentou pior desempenho em todos os testes aplicados em comparação aos seus controles. Para o teste DD observamos que o pior desempenho tanto para integração, quanto para separação foi do lado direito. Para o teste PPS, observamos maior porcentagem de acertos no GC em comparação ao GE, tanto na modalidade ‘nomeação’ quanto ‘murmúrio’, sendo essa diferença estatisticamente significante. O P300 no GE apresentou latências aumentadas, com diferenças significantes quando comparado ao GC. Conclusão: os resultados do P300, juntamente com os achados das avaliações comportamentais do Processamento Auditivo Central, Dicótico de Dígitos e Padrão de Frequência, sugerem que crianças e adolescentes que tiveram AVC apresentam comprometimento estrutural ou funcional de regiões subcorticais, resultando em déficits no Processamento Auditivo.
Lefond CA. Childhood arterial ischemic stroke: risk factors, management and outcomes. The American academy of neurology institute. University of Washington/Seattle, Children’s Hospital, Seattle, WA, 2017
2. Bernard TJ, Goldenberg NA. Pediatric arterial ischemic stroke. Pediatr Clin North Am. 2008; 55:323-38
3. Numis AL, FOX CK. Arterial Ischemic Stroke in Children: Risk Factors and Etiologies. Curr Neurol Neurosci Rep. 2014 Jan; 14(1): 422. doi: 10.1007/s11910-013-0422-8
4. Mirabelli-Badenier M, Braunersreuther V, Lenglet S, Galan K, Veneselli E, Viviani GL, et al. Pathophysiological role of inflammatory molecules in paediatric ischaemic brain injury. Eur J Clin Invest. (2012) 42:784–94. doi: 10.1111/j.1365-2362.2012.02640.x
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