REABILITAÇÃO AUDITIVA: O QUE SE TEM FEITO NA PRÁTICA COM ADULTOS E IDOSOS?
PEDROSA, B. H. ;
Pereira, S. R. S. ;
Andrade, C. V. D. ;
Campos, P. D. ;
A Reabilitação Auditiva (RA) é primordial no reajuste da audição e na capacidade de readaptação da comunicação do paciente. Com a senescência, a falta de estimulação auditiva está associada à dificuldade de compreensão, aumento do esforço auditivo e declínio cognitivo. Para manter as conexões cerebrais no córtex temporal ativas, a reabilitação deve ir além da adaptação de Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI). Manter o funcionamento das redes neurais em conexão com outras áreas como memória e cognição que corroboram a melhoria dos aspectos sociais e psicológicos. Nesse contexto, este trabalho tem por objetivo realizar uma revisão de mapeamento, de modo a mapear e categorizar os estudos que abordam a RA nos últimos 5 anos, para assim identificar lacunas de conhecimento sobre o tema na atuação clínica. A coleta ocorreu mediante a busca por artigos científicos indexados na PUBMED e na Biblioteca Virtual em Saúde publicados nos últimos 5 anos, escritos em inglês, português e espanhol, com amostra composta por adultos e idosos, utilizando a estratégia de cruzamento dos seguintes descritores: "Correção de Deficiência Auditiva" AND ("Adultos" OR "Idosos") AND "auxiliares de audição". Os dados foram analisados mediante categorização dos títulos e resumos por uso de Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) e Terapias, excluindo aqueles que não tinham relação com a temática, que não cumpriam os critérios de inclusão e que estavam repetidos entre as bases de dados. Foram identificados 150 estudos, sendo excluídos 49 (32,67%) por não cumprirem os critérios estabelecidos, com 70 (69,31%) na categoria AASI e 31 (30,69%) como Terapia - para leitura final dos textos completos e mapeamento. Dentre os resultados encontrados, aqueles associados ao AASI, 19 (27,14%) discorreram sobre o desempenho, 17 (24,29%) sobre regulagem, 15 (21,43%) sobre o gerenciamento do aparelho, 8 (11,43%) avaliação de algoritmos, 9 (12,86%) eficácia do aparelho e 2 (2,86%) sobre as dificuldades de uso. Em relação aos artigos sobre Terapia, subdividem-se duas categorias: Citação à Reabilitação (n=15, 10% do total), sendo 3 revisões de literatura abordando o Modelo Transteórico e 12 artigos originais que aconselham a terapia na RA; e Temática de Reabilitação(n=16,10,66% do total). Dentro desta última categoria, relacionam-se: 2 (12,50%) sobre eficiência, 9 (56,25%) eficácia, 1 (6,25%) com a experiência do paciente e 4 (25%) com programas de reabilitação. ), Os estudos encontrados refletem a prática clínica na área de RA, com enfoque maior na seleção, adaptação e ajustes do AASI para garantir melhora da audibilidade, nas orientações e no aconselhamento para garantir o uso efetivo do dispositivo. Delineados pressupostos, ressalta-se a importância da análise do comportamento do fonoaudiólogo frente às principais demandas e dificuldades apresentadas pelos usuários de AASI para que possam, efetivamente, desenvolver a capacidade de readaptação em sua comunicação.
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