TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL EM TEMPOS DE PANDEMIA EM UM HOSPITAL DO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL
Pedretti, T. ;
Broman, E. N. ;
Vedana, F.P. ;
Tallamini, E.C.Z. ;
Introdução: a Triagem Auditiva Neonatal, conhecida como Teste da Orelhinha, tem por finalidade a detecção precoce de possíveis alterações auditivas em neonatos. Aprovado por lei, é obrigatória a sua realização no Brasil, em maternidades e hospitais, em todas as crianças nascidas, com recomendação para realização entre as 24 e 48 horas de vida do recém-nascido. Contudo, frente ao cenário da pandemia Covid-19, muitos serviços buscaram reorganizar seus fluxos, e uma solução foi a alta precoce (antes das 24h de vida), a fim de evitar a exposição do paciente e familiares as doenças hospitalares. Objetivo: analisar os resultados do teste da orelhinha realizados em até 24 horas de vida durante o período inicial da pandemia. Método: Pesquisa descritiva, retrospectiva, documental. Faz parte de um projeto maior, aprovado pelo comitê de ética da Universidade de Passo Fundo (UPF) n° 4.026.096. A coleta foi realizada na maternidade de um hospital de grande porte do norte do Rio Grande do Sul. Os dados foram coletados entre os meses de junho e dezembro de 2020 e obtidos dos registros da Fonoaudiologia relativos ao teste da orelhinha (emissões otoacústicas evocadas transientes) utilizando o equipamento MADSEN Accuscreen da marca Otometrics tendo como parâmetro de passa relação sinal/ruído de 6db. Como critérios de inclusão foi considerado o teste da orelhinha realizado nas primeiras 24 horas de vida do bebê, e de exclusão os realizados após 24 horas de vida e bebês com indicadores de risco para perda auditiva. Resultados: Dos 174 bebês que receberam o teste da orelhinha 165 (94,8%) foram incluídos no estudo, sendo estes 78 (47,2%) do sexo feminino e 87 (52,7%) do sexo masculino. Nas triagens realizadas 148 sujeitos (89,7%) obtiveram resultado de passa, 17 sujeitos (10,3%) tiveram resultado de falha. Dentre os sujeitos com falha, 5 (29,4%) apresentaram falha bilateral, 12 (70,5%) falha unilateral, 7 (58,3%) na orelha direita e 5 (41,6%) na esquerda. A média de idade gestacional dos bebês triados foi de 39 semanas. Com relação ao peso, a média dos testes alterados foi de 3136gr e dos que passaram foi 3167gr. Sobre o banho nas primeiras 24 horas de vida, dos 79 sujeitos que haviam recebido banho, 72 (91,1%) passaram e 7 (8,8%) falharam, e dos 86 sujeitos triados sem banho 76 (88,3%) passaram e 10 (11,6%) falharam. Conclusão: Dentre os aspectos analisados foi identificado que a maior parte dos sujeitos apresentaram resultado de passa na triagem mesmo ainda não tendo completado 24 horas de vida, divergindo da literatura pesquisada, independentemente de ter recebido ou não banho nesse período. Já o peso dos sujeitos sugere uma tendência de passa em bebês maiores, corroborando com a literatura.
Lei Federal Nº12.303, 02 de agosto de 2010.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas e Departamento de Atenção Especializada. – Brasília : Ministério da Saúde, 2012.
DA SILVA REIS, Flávia Mara Fernandes et al. Programa de Triagem Auditiva Neonatal: Perfil dos Nascidos em Hospitais Públicos de Curitiba. TUIUTI: CIÊNCIA E CULTURA, v. 4, n. 54, 2017.
MICHELON, Franciele et al. Triagem auditiva neonatal: índice de passa/falha com relação a sexo, tipo de parto e tempo de vida. Revista CEFAC, v. 15, n. 5, p. 1189-1195, 2013.
RIBAS, Ângela et al. Programa de triagem auditiva neonatal: influência do tempo de vida dos recém-nascidos na pesquisa das emissões otoacústicas transientes. Revista CEFAC, v. 15, n. 4, p. 773-777, 2013.
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