REABILITAÇÃO AUDITIVA REGULAR E SUA CORRELAÇÃO COM QUALIDADE VOCAL EM CRIANÇAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR
de Sá, K.S.F.C. ;
Coelho, A.C. ;
Caldas, F.F. ;
Cardoso, C. ;
Jr Bahmad, F. ;
Silva, IMC ;
Introdução: O sistema auditivo é fundamental para a regulação da voz, por isso a deficiência auditiva pode estar associada a alterações vocais que devem ser conhecidas, avaliadas e tratadas. Objetivo: Avaliar a qualidade vocal de crianças com deficiência auditiva usuárias de implante coclear inseridas em programa de reabilitação auditiva semanal. Metodologia: Foi realizado estudo observacional transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de ensino vinculada ao Curso de Fonoaudiologia, sob parecer nº 3.412.660, a partir da coleta de três amostras vocais (vogal /a/ sustentada; fala encadeada; conversa espontânea) de 24 crianças com idade entre 03 e 10 anos. Foi realizada, posteriormente, a avaliação perceptivo-auditiva a partir do Protocolo de Avaliação de Voz do Deficiente Auditivo. Os dados foram analisados estatisticamente a partir do Índice de Correlação Intraclasses entre os avaliadores e testes de correlação estatística entre os parâmetros vocais e as variáveis previamente estabelecidas. Resultados: A partir da análise perceptivo-auditiva dos 24 participantes, com idade média de 7,62 anos sendo 66,6% meninas e 33,4% meninos, foi encontrado desvio discreto nos parâmetros vocais de instabilidade, articulação e impressão geral da voz. Os demais aspectos analisados estavam dentro da variabilidade normal do protocolo. Em relação à reabilitação auditiva regular, 75% das crianças frequentavam a reabilitação auditiva duas vezes por semana, 20,83% uma vez por semana e 4,16% três vezes na semana. Ao avaliar a correlação de Pearson entre os parâmetros vocais e a terapia fonoaudiológica, a ressonância faríngea obteve uma correlação moderada (0,428) e significante (P=0,037) na amostra de vogal sustentada. Já na contagem de 1 a 10, o aspecto vocal da rugosidade obteve correlação forte (-0,652) e significante (P=0,001) e, na conversa espontânea, o aspecto laríngeo obteve correlação moderada (-0,406) e significante (P=0,049) com a terapia fonoaudiológica. Conclusões: Foram encontrados desvios vocais discretos em três parâmetros avaliados (instabilidade, articulação e impressão geral da voz), colerracionados ao aspecto da rotina terapêutica.
1. Coelho AC, Bevilacqua MC, Oliveira G, Behlau M.
Relationship between voice and speech perception. Pro Fono R. Atual. Cientif. 2009;21(1):7-12.
2. Coelho AC, Brasolotto AG, Bahmad F. Development and validation of the protocol for the evaluation of voice in patients with hearing impairment (PEV-SHI). Brazilian Journal of Otorhinolaryngology. 2020; 86(6):748-2.
3. Fabron EG, Garcia YS, Delgado-Pinheiro EC. The voice of the hearing impaired: a literature review. Distúrb Comum. 2017;29(1):55-67.
4. Coelho AC, Brasolotto AG, Fernandes AN, Medved DM, Silva EM, Bahmad FJ. Auditory-Perceptual Evaluation of Voice Quality of Cochlear-implanted and Normal-hearing Individuals: A Reliability Study. Journal of Voice. 2017;31(6):1-774.
5. Brazil. Ministry of Health. General Guidelines for Specialized Care for People with Hearing Impairment in the Unified Health System (SUS). Brasília. 2014; 1-20.
DADOS DE PUBLICAÇÃO