SAÚDE AUDITIVA INFANTIL: UMA PROPOSTA DE ORIENTAÇÃO VIRTUAL PARA GESTANTES E LACTANTES
Melo, L.P. ;
Dantas, D.S. ;
MUNIZ, G.F. ;
TEIXEIRA, A.G.A. ;
CARDOZO, F.N.H. ;
ALVES, J.S. ;
INTRODUÇÃO: Muitos são os fatores que podem acometer a criança nos períodos pré e pós-natais, trazendo graves consequências para sua saúde. Especificamente em relação à audição, a deficiência auditiva (D.A.) é considerada um grave problema de saúde pública em consequência da privação sensorial e de seus efeitos no desenvolvimento infantil. Por esse motivo, é importante que a D.A. seja prevenida e identificada precocemente para que os agravos sejam minimizados e as necessidades de seus portadores atendidas integralmente. Como medida de promoção, deve-se considerar a realização de ações educativas voltadas para as mães que abordem a importância da saúde auditiva, a prevenção de fatores de risco, bem como os procedimentos identificação e intervenção da D.A. Nesse contexto, um projeto de extensão universitária é desenvolvido há dez anos realizando ações educativas focadas na saúde auditiva infantil. Em 2020, devido à pandemia da Covid-19 e à necessidade de medidas sanitárias restritivas, as ações precisaram ser adaptadas às tecnologias enquanto instrumentos de inovação, passando a utilizar os recursos das plataformas digitais Whatsapp e Instagram. OBJETIVO: Relato de experiência de ações educativas desenvolvidas no formato virtual considerando o contexto da saúde auditiva infantil, norteadas pelos preceitos da Educação Popular em Saúde, para grupos de gestantes e lactantes. METODOLOGIA: Visando o engajamento da população-alvo, foram firmadas parcerias com unidades de saúde da família que mantinham grupos operativos virtuais para acompanhamento e orientação de mães. No total, participaram da ação 67 gestantes e 44 lactantes que interagiam com as equipes de saúde. As orientações sobre os cuidados com a saúde auditiva infantil foram realizadas pelas referidas plataformas a partir do compartilhamento de vídeos curtos, de produção própria, abordando a temática. Os vídeos eram enviados para os grupos de Whatsapp quinzenalmente e, a partir deles, a equipe interagia com as participantes, esclarecendo dúvidas e complementando informações. Em seguida, as mães eram incentivadas a acompanhar o Instagram da ação para acesso livre a informações mais aprofundadas, publicadas semanalmente e respaldadas em publicações científicas, acerca dos conteúdos tratados. RESULTADOS: Foram produzidos dez vídeos de curta duração (1’ e 30’’, em média) cujo compartilhamento proporcionou um ótimo feedback avaliativo em razão do fácil acesso e da rápida disseminação de conhecimento. Tal feito favoreceu a adoção do tema “Saúde Auditiva Infantil” nas atividades já realizadas para os grupos operativos e permitiu concretizar o objetivo do projeto nos liames de orientação, prevenção e promoção da saúde. CONCLUSÃO: O uso das tecnologias constituiu um desafio para os atores envolvidos, todavia, despertou o interesse em inovar através da dialógica virtual. A produção de recursos audiovisuais no escopo da educação em saúde agregou motivação na busca de abordagens para facilitar a compreensão da população-alvo no cenário da saúde auditiva infantil, assim como contribuiu significativamente para o aprimoramento da capacidade criativa e do modo de “fazer saúde” por meio de recursos tecnológicos acessíveis.
1. Lewis DR. Evidências para realização da Triagem Auditiva Neonatal Universal. In: Bevilacqua MC, Martinez MAN, Balen AS, Pupo AC, Reis ACM, Frota S, organizadores. Tratado de Audiologia. São Paulo: Ed. Santos; 2011. p. 495-513.
2. Joint Committee on Infant Hearing. Year 2019 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. The Journal of Early Hearing Detection and Intervention. 2019; 4(2): 1–44.
3. Teresa Y. C. Ching & Greg Leigh (2020): Considering the impactof universal newborn hearing screening and early intervention on language outcomesfor children with congenital hearing loss, Hearing, Balance and Communication, DOI:10.1080/21695717.2020.1846923).
4. P.M. Watkin, M. Baldwin, Identifying deafness in early childhood: requirements after the newborn hearing screen, Arch. Disord. Child. 96 (2011) 62-66, doi: 10.1136/adc.2010.185819.
5. Lewis DR, Marone SAM, Mendes BCA, Cruz OLM, Nóbrega M. Comitê Multiprofissional em saúde auditiva COMUSA. Rev Bras Otorrinolaringol (Engl Ed). 2010; 76(1): 121-8.
DADOS DE PUBLICAÇÃO