MEDIDAS DE ABSORVÂNCIA ACÚSTICA EM ORELHAS COM OTITE MÉDIA COM EFUSÃO E CONTRALATERAL.
Ruschel, N.L. ;
Teixaira, A.R. ;
Souza, L.L. ;
Costa, S.S. ;
Introdução: Define-se otite média com efusão (OME) como a presença de fluidos na orelha média sem sinais/sintomas de infecção. Manifesta-se de maneira uni ou bilateral e seu diagnóstico é realizado por: otoscopia, audiometria e timpanometria. A timpanometria de banda larga vem ganhando visibilidade clínica por ser objetiva, rápida e oferecer mais informações sobre as condições de saúde da orelha média, destaca-se a medida de absorvância acústica. Objetivo: Avaliar a absorvância acústica de orelhas com OME de crianças e adolescentes e comparar com as orelhas contralaterais, sem OME. Metodologia: Estudo transversal, observacional, aprovado pelo comitê de ética e pesquisa da instituição (CAAE 13098719.9.0000.5327). O termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foi assinado por todos os envolvidos. Foram incluídos na amostra crianças e adolescentes com diagnóstico de OME e avaliados em ambulatório especializado, com diagnóstico otorrinolaringológico de OME e sem histórico de cirurgia otológica. Foram excluídos pacientes com outros tipos de otites, com OME bilateral ou que não realizaram todos os exames previstos no protocolo de avaliação do projeto. O protocolo era composto por timpanometria convencional (tom sonda na frequência de 226Hz) timpanometria de banda larga (frequências de 226 a 8000 Hz, estímulo chirp) e audiometria tonal liminar por via aérea e via óssea. Para a realização da timpanometria e banda larga, utilizou-se o equipamento Titan, marca Interacoustics. Os dados foram coletados com estímulo chirp em 248 frequências de 211 a 8000 Hz, com intervalos de 23Hz, na intensidade de 60 dB NPS, com duração de 0,1 a 10 segundos por ponto. Para o estímulo tom puro, foi testada a reflectância com o estímulo apresentado a 60 dB NPS (250Hz a 8000Hz). As medidas de absorvância acústica foram dadas automaticamente, aparecendo em uma escala de 0% a 100%. A audiometria tonal liminar foi realizada dentro de cabina audiológica (tratada acusticamente). Resultado: Avaliou-se 13 orelhas com OME unilateral e suas orelhas contralaterais (que apresentaram curvas timpanométricas tipo A e limiares auditivos normais). A média de idade dos sujeitos da amostra foi de 7,6 anos. Todas as orelhas com alteração apresentaram curva timpanométrica B e houve diferença significativa na absorvância acústica nas frequências de 4.000Hz (p=0,004*) e 6.000Hz (p=0,013). Nas demais frequências houve menor absorvância nas orelhas com OME, mas sem diferença significativa nas medianas. Conclusão: Os dados do estudo evidenciam que a absorvância nas orelhas com OME é menor do que nas orelhas contralaterais que estão com funcionamento normal, sendo as maiores diferenças observadas em frequências mais elevadas. O acompanhamento da orelha contralateral pode auxiliar no prognóstico de evolução das otites, além de possibilitar o diagnóstico e a intervenção precoce, se necessário.
1.PAPARELLA, M.M, SIPILA, P; JUHN, SK; JUNG, TS. Subepithelial scpace in otitis media. Larungoscope. 1985; 95; 414-20
2.Scheibe, A.B; Smith, M.M; Schimidt, L.P; Schmidt, V.B; Dornelles, C; Carvalhal, L.H.S.K; Kruse, L; Costa, S.S. Estudo da orelha contralateral na otite média crônica. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. V.68, n.2, 245-9, ma./abri. 2002.
3.TANNO, GA et al; Analysis of wideband tympanometry in Ménière’s disease. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology. 2020 Jul 10-7
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