CRESCIMENTO DAS EMISSÕES OTOACÚSTICAS EM ESCOLARES E SUA REPERCUSSÃO NO PROCESSAMENTO AUDITIVO TEMPORAL.
Kumagai, P. K. ;
Sanches, G. G. ;
Carvallo, R. M. M ;
Introdução: As emissões otoacústicas tem o objetivo de avaliar o funcionamento da cóclea principalmente das células ciliadas externas (CEE), auxiliando no diagnóstico audiológico de lesões cocleares. As Curvas de Crescimento entrada/saída fornecem informações sobre o limiar e os mecanismos não lineares dentro da cóclea que estão associados com as CCE. O processamento auditivo envolve a capacidade de transformar a energia acústica em informações para que ocorra a compreensão. Logo o processamento auditivo temporal refere-se à capacidade do indivíduo em perceber as mudanças nas características dos sons, tais como duração, intensidade, frequência e pausas entre os estímulos. Dificuldades em processar os padrões temporais nos diferentes estímulos sonoros pode implicar em maior dificuldade em compreensão da fala. A função coclear íntegra pressupõe maior precisão na diferenciação dos padrões temporais dos estímulos. Objetivo: analisar a função coclear em escolares com ou sem alteração em testes de ordenação temporal, quanto às variáveis de EOAPD: a) limiar de surgimento e b) taxa de compressão das curvas de crescimento. Metodologia: Projeto aprovado pelo CEP Institucional sob nº CAEE 20319119.0.0000.0065. Foram incluídos no estudo 20 crianças na faixa etária de 8 a 12 anos, 10 com alteração em testes de ordenação temporal e 10 sem queixas e sem alterações auditivas. Foram realizadas as seguintes provas: anamnese inicial,
timpanometria com tom de sonda de 226Hz, reflexos acústicos nas frequências de 500 a 4000 Hz, audiometria tonal para pesquisa do limiar (dBNA) em frequências de 250 a 8000 Hz, teste de ordenação temporal e, registro das emissões otoacústicas – produto de distorção (EOAPD), incluindo a função de curva de crescimento, bem como o limiar de EOAPD para três diferentes frequências de f2, respectivamente 2002, 3003, 4004 Hz. Os estímulos foram apresentados na intensidade de estímulo f2 (L2) variando de 20 a 65dB NPS em degraus de 5 dB e o nível de intensidade do estímulo f1 (L1) seguiu a fórmula: L1= 0,4L2+39 dB. Os dados serão tratados estatisticamente, adotando-se nível de significância de 5%. Resultados e Conclusão: Os Grupos não se diferenciaram quanto ao limiar tonal a ao padrão imitanciométrico. Na análise da curva de crescimento das EOAPD, os dados sugerem limiares de surgimento em maior nível de intensidade (em dB) no Grupo Estudo, além de ocorrência de compressão da curva a partir de 50 dB nas três frequências, sendo mais acentuada em 2002Hz no Grupo Estudo. Para estímulos de até 30dB as respostas de EOAPD foram predominantemente negativas no Grupo Estudo, diferentemente do Grupo Controle no qual as respostas de EOAPD negativas ocorreram para estímulos de até 25dB.
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