AVALIAÇÃO AUDITIVA EM CRIANÇAS COM INDICAÇÃO DE ADENOAMIGDALECTOMIA
Sanches, A.B. ;
Silva, I.V. ;
Colella-Santos, M.F. ;
Introdução: Alterações no funcionamento do sistema auditivo em suas porções periférica e/ou central podem prejudicar o processamento de informações auditivas levando a prejuízos no desenvolvimento da criança. A hipertrofia de tonsilas palatinas e faríngeas, é um fator extrínseco importante que pode ocasionar mau funcionamento da tuba auditiva, devido à sua disposição anatômica e predisposição a acometimentos infecciosos, o que é determinante para o desenvolvimento de otites médias (1). A adenoamigdalectomia é nomeada a cirurgia para a remoção das tonsilas palatinas (amígdala) e faríngeas (adenóide) hipertrofiadas, sendo um dos procedimentos cirúrgicos mais realizados no mundo e a cirurgia otorrinolaringológica mais comum, tendo como incidência principal a população pediátrica (2,3). Objetivos: Analisar os resultados obtidos na avaliação da audição de crianças que serão submetidas à adenoamigdalectomia. Metodologia: Trata-se de estudo quantitativo, transversal, de caráter descritivo e parte da pesquisa “Um estudo sobre crianças respiratórias orais submetidas à adenotonsilectomia” aprovado pelo Comitê de Ética da instituição. A amostra é constituída por 41 crianças de 5 a 12 anos, sendo 28 do sexo masculino e 13 feminino, que serão submetidas ao procedimento de adenoamigdalectomia. Foram realizados os seguintes procedimentos: anamnese, meatoscopia, audiometria tonal liminar, logoaudiometria, imitanciometria, e emissões otoacústicas transientes e por produto de distorção pressurizadas e não pressurizadas. Resultados: Na audiometria tonal liminar 98% das orelhas testadas apresentaram média dos limiares auditivos dentro do padrão de normalidade e apenas 2% alterada. Na timpanometria obtivemos 75% de curva timpanométrica do tipo A, 11% curva tipo B, 9% curva tipo Ar e 5% curva tipo C. Na pesquisa das emissões otoacústicas transientes identificamos a presença de 89% das emissões não pressurizadas e em 93% nas pressurizadas. E nas emissões otoacústicas por produto de distorção obtivemos presença em 93% não pressurizadas e em 95% pressurizadas. Conclusões: O estudo apontou que os sujeitos com hipertrofia das tonsilas palatinas e faríngeas não apresentaram perda auditiva, contudo foram observadas alterações em orelha média na imitanciometria e emissões otoacústicas.
1. Bianchini, A.P; Guedes, ZCF; Hitos, S. Respiração oral: causa x audição. Rev. CEFAC, São Paulo , v. 11, supl. 1, 2009
2. Rebechi G, Pontes TE, Braga EL, Matos WM, Rebechi F, Matsuyama C. Estudos histopatológicos de cirurgias de adenotonsilectomias são realmente necessários? Int. Arch. Otorhinolaryngol. 2013;17(4):387-9.
3. ABORLCCF. Guideline IVAS Guideline IVAS Infecções das Vias Aéreas Superiores. Disponível em https://www.aborlccf.org.br/imageBank/guidelines_completo_07.pdf
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