RELAÇÃO DOS MOTIVOS DO ENCAMINHAMENTO DE CRIANÇAS PARA UM CENTRO ESPECIALIZADO DE REABILITAÇÃO AUDITIVA
Rezende, J. A. ;
Souza, J. L. ;
Souza, A. S. ;
Siqueira, D. M. ;
Guerra, M. S. ;
Novaes, B. C. ;
Mendes, B. C. A. ;
Introdução: A triagem auditiva neonatal possibilita que crianças com fatores de risco ou que falharam no teste sejam encaminhadas para o diagnóstico audiológico precocemente. Entretanto, a literatura aponta que ainda há um número significativo de crianças chegando tardiamente a serviços de diagnóstico. Objetivo: Analisar as relações entre motivo do agendamento, idade, e diagnóstico audiológico em um serviço de saúde auditiva. Método: Foram analisados os prontuários de 276 crianças agendadas para diagnóstico audiológico no serviço de saúde auditiva credenciado SUS no ano de 2018. Os dados demográficos e audiológicos foram obtidos nos prontuários dos sujeitos. Resultados: A maioria das crianças foi de meninos - 58,3%, a idade média no início do diagnóstico foi de 19,8 meses e o número médio de vezes que compareceram às consultas foi de 2,8 vezes, sendo que 27,2% dos sujeitos não concluíram o diagnóstico. Em relação ao motivo do agendamento, a maior parte das crianças que iniciaram o diagnóstico foram bebês que falharam na TAN (37,31%), seguidos de suspeita de deficiência auditiva (26,08%), queixas relacionadas ao atraso de linguagem (23,18%) e fatores de risco (13,4%). Das 201 crianças que concluíram o diagnóstico, 55,72% apresentaram algum nível de perda auditiva. A mediana das idades das crianças com algum grau e tipo de perda auditiva é menor do que a mediana das crianças sem perda auditiva (valor de p=0,0019). Houve diferença estatisticamente significativa (valor de p = 0,003) entre as idades das crianças sem perda auditiva e com perda auditiva. No grupo das crianças com idade menor que 16 meses, a maioria apresenta componente neurossenssorial da perda auditiva (62,28%) e 37,7% apresentam perda condutiva. No grupo de crianças com idade igual ou acima de 16 meses, o número de crianças com perda neurossensorial também é maior (56,85%). Conclusões: O estudo possibilita a análise do fluxo de agendamentos de crianças no serviço para que um maior número de crianças possa finalizar o diagnóstico audiológico adequadamente e iniciar a intervenção necessária o quanto antes.
Fichino SN, Avelino VLF, Lewis DR. Demographic and audiological characteristics of a pediatric population in a hearing health care center in São Paulo. Distúrb Comum, 2018.
Joint Committee on Infant Hearing. Year 2019 Position Statement: principles and guidelines for early hearing detection and intervention programs. The Journal of Early Hearing Detection and Intervention. 2019; 4(2): 1–44.
Lewis DR, Marone ASR, Mendes BCA, Cruz OLM, Nóbrega M. Comitê Multiprofissional em Saúde Auditiva - COMUSA. Brazilian Journal of Otorhinolaringology, 2010; 76: p.121-128.Disponível em < http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_nlinks&ref=000121&pid=S1413- 6538201400040000800011&lng=pt>. Acesso 30/05/2016.
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