ALTERAÇÕES AUDITIVAS NO PRIMEIRO ANO DE VIDA EM BEBÊS QUE REALIZARAM A TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL
Gottschalck-Cavalcanti, H ;
Andrade ELD ;
Introdução:O objetivo da triagem auditiva neonatal(TAN) é o encaminhamento o mais precocemente possível ao diagnóstico auditivo.Sabemos que a criança nos primeiros anos pode ser acometida por infecções de ouvido o que pode acarretar perdas auditivas condutivas. Objetivo: avaliar alteracões nas emissões otoacúticas e timpanometria em bebês com um ano de vida e que realizaram a triagem auditiva neonatal. Associar fatores de risco para as alterações encontradas.Metodologia: O estudo foi do tipo retrospectivo, observacional e descritivo com levantamento de dados sobre a triagem auditiva realizado em intervalo de 4 meses em uma maternidade pública. Foram incluidos 651 bebês com registro da TAN no prontuário.O recrutamento dos bebês foi realizado através de uma busca ativa e independentemente do resultado da TAN.Os bebês foram reavaliados através do uso de equipamento portátil de Emissões otoacusticas transiente (EOAT) e avaliação das medidas da função de orelha média usando timpânometria portátil.Foi aplicado o PEPPER (Persistent Ear Problems Providing for Referral)questionário adaptado para levantamento de comportamentos atípicos à rotina do bebê. Ele foi traduzido para o português e consiste de 20 questões sobre otite média na criança, gestação, parto,t empo e tipo de amamentação, fumantes, presença de roncos e/ou nariz obstruído.A análise se deu por descricão e associação,usando x2, entre os resultados da re avaliação e as outras variáveis.Resultados: Dos 651 bebês que realizaram a TAN, 143 retornaram e destes 94 ( 75,2%) tiveram emissões otoacústicas presente e timpanometia com curva tipo A. 31 (24,8%) tiveram alterações nas emissões otoacústicas ou curva B na timpanometria. Quase todas as crianças que falharam nas EOAT também falharam na timpanometria. Uma porcentagem pequena (<10%) de crianças tiveram infecções de ouvido ou respiração crônica oral durante o primeiro ano de vida . 34% das crianças faz uso de ventilador ou ar condicionado, 39% convive constantemente com outras crianças e tem mãe que trabalha. Todas as famílias referiram que o pai trabalha fora. 22% tem exposição frequente à fumaça de cigarro. A metade das mães referem ter introduzido outro tipo de leite, além de leite materno, antes dos 6 meses de idade e a maioria das crianças tem como hábito dormir de lado. Dos bebês que passaram na triagem auditiva neonatal, 25% tiveram alterações na avalaicão auditiva com 1 ano. A metade dos bebês que que falharam na TAN, falharam na re avaliação. A variável que teve associação com a timpanometria B foi a posição de dormir (dormir de lado) e ter as emissões otoacústicas alteradas. Conclusão: Há necessidade de acompanhamento do desenvovlimento e desempenho auditivo durante em ambulatório pediátrico durante o primeiro ano de vida. É também de suma importância que os bebês que falham na TAN sejam acompanhados e rescadados para avaliar a audicão. Neste estudo a alteração de orelha média teve associacão com o resultado alterado das emissões otoacústicas, inidcando este tipo de avaliacão viável para o rastreamento de alterações de orelha média do bebê no primeiro ano de vida. A posicão de dormir tem associacão com a timpanometria alterada e são necessário outras pesquisas para ter mais dados.
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