Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

ABSORVÂNCIA DE BANDA LARGA E EMISSÕES OTOACÚSTICAS PRESSURIZADAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SÍNDROME DE DOWN
Souza, L. M ; Diniz-Hein, T. A. ; Madruga-Rimoli, C. C. ; Ubiali, T. ; Colella-Santos, M. F. ;

INTRODUÇÃO: Alterações auditivas são observadas em indivíduos com Síndrome de Down, sendo essencial o diagnóstico e a conduta precoce adequada. Atualmente, novos testes auditivos poderiam melhorar o cenário de avaliação, como as Emissões Otoacústicas Pressurizadas (EOA pressurizadas) e a Absorvância Acústica de Banda Larga (ABL). OBJETIVO: Analisar os resultados obtidos na absorvância de banda Larga e emissões otoacústicas pressurizadas em crianças e adolescentes com síndrome de Down. MÉTODO: Estudo observacional transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa responsável, sob o número de parecer 2.386.016/2017. A amostra foi composta por 52 crianças e adolescentes, do sexo feminino e masculino, com faixa etária entre 5 a 15 anos, sendo 32 participantes com Síndrome de Down, onde 20 foram do Grupo estudo (GE) e 12 do Grupo Estudo alterado (GEalt) e 20 indivíduos sem a síndrome do Grupo controle (GC). Os procedimentos adotados foram a Meatoscopia, a absorvância acústica de Banda Larga (250 a 8000Hz), EOA Pressurizadas e não pressurizadas transientes – EOAT - (870 a 4900Hz) e por produto de distorção – EOAPD - (500 a 10000Hz). Foi realizada análise estatística por ANOVA, com nível de significância de p-valor <0,05. RESULTADOS: Na análise da absorvância entre os grupos na condição de pressão ambiente, houve diferença estatisticamente significante do GC em relação tanto ao GE, quanto ao GEalt. Na pressurizada isto também ocorreu, porém o GEalt se tornou diferente do GE, com melhora nas baixas frequências de 300 a 800Hz. Na análise intragrupos, houve diferença estatística entre as condições pesquisadas nos grupos GEalt e GE nas baixas e médias frequências. Na análise das EOAT, na comparação entre os grupos tanto na condição de pressão ambiente, quanto pressurizada, houve diferença estatisticamente significante em todas as combinações em ambas as condições. Na análise intragrupo, na comparação entre a condição de pressão ambiente e a pressurizada houve diferença estatisticamente significante apenas no GE, na frequência de 870Hz. Na análise das EOAPD entre os grupos em ambas as condições, houve diferença estatisticamente significante em todas as combinações. Já na análise intragrupo, comparando a condição de pressão ambiente e pressurizada, em nenhum dos grupos houve diferença significante entre as condições. CONCLUSÃO: Os indivíduos com síndrome de Down apresentaram respostas inferiores aos dos indivíduos sem a síndrome em todos os exames realizados. Os testes se apresentaram como sendo uma boa alternativa na avaliação da audição dessa população.

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DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.397
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/36eia/anais-trabalhos-consulta/397