Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

USO DE FONES DE OUVIDO E EFEITOS AUDITIVOS E EXTRA AUDITIVOS EM ESTUDANTES DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19
CARVALHO, E. S. ; Schumacher, C. G. ; Waholtz, R. G. K. ; Weber, V. ; Thomazi, A. B. O. ; Fornari, B. L. ; Baldissera, C. ; Filha, V. A. V. S. ;

Introdução: Em decorrência da pandemia da Covid-19, houve a ressignificação no ensino em 2020, levando a adoção da modalidade remota de ensino-aprendizagem. Logo, o uso de fones de ouvido tornou-se indispensável na comunidade acadêmica, despertando a atenção para a educação em saúde, visto que a exposição indiscriminada ao uso desse dispositivo associada a elevados níveis de pressão sonora podem trazer prejuízos à saúde. Objetivos: Investigar o uso de fone de ouvido em estudantes, antes e durante a pandemia da COVID-19 e sua relação com sintomas auditivos e extra auditivos. Metodologia: Estudo descritivo, analítico, transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição sob CAAE nº 87348618.3.0000.5346. Através de um questionário online padronizado, elaborado pelos pesquisadores, pela plataforma Google Formulários, divulgado em grupos online de estudantes e em redes sociais entre abril e junho de 2021. Foi realizado o levantamento dos dados obtidos referentes à utilização de fone de ouvido, frequência, intensidade e tempo do uso antes e durante a pandemia da COVID-19, e os sintomas auditivos e extra auditivos apresentados neste período, em estudantes de ambos os sexos, sem limitações quanto à idade e escolaridade, com acesso a internet. Resultados: Participaram da pesquisa 101 estudantes, 74 mulheres (73,3%) e 27 homens (26,7%), com média de idade de 22,39 anos (variando entre 12 a 43 anos). Com relação à escolaridade, 74 (73,3) estão na graduação, 10 (9,9%) no ensino técnico, nove (8,9%) na pós-graduação, sete (6,9%) no ensino médio e um (1%) no ensino fundamental. Destes, 97 (96,03%) relataram uso de fones de ouvido. Quanto à frequência de uso antes da pandemia, 31 (30,7%) afirmaram usar raramente, 29 (28,7%) às vezes, 23 (22,8%) frequentemente, 14 (13,9%) sempre e quatro (4%) nunca. Durante a pandemia, houve um aumento na frequência do uso de fones de ouvido: 37 (36,6%) afirmaram utilizar frequentemente, 28 (27,7%) às vezes, 18 (17,8%) sempre, 17 (16,9%) raramente e apenas um (1%) afirmou nunca utilizar. Destaca-se que 65 (64,4%) estudantes relataram utilizar os fones de ouvido por mais horas desde o início da pandemia e 47 (49%) na intensidade entre 70% a 100% da capacidade do dispositivo sonoro. Os sintomas mais relatados, após assistir aulas online com o uso de fones de ouvido, foram: cansaço 84 (83,2%), dor na região cervical 67 (66,3%), estresse 64 (63,4%), cefaleia 60 (59,4%), ansiedade 47 (46,5%), nervosismo 32 (31,7%), tontura 21 (20,8%), zumbido 17 (16,8%) e plenitude auricular 11 (10,9%). Conclusão: A pesquisa demonstrou aumento expressivo do uso de fones de ouvido durante a pandemia sem o devido cuidado quanto à frequência, o tempo de uso e a regulação do volume, refletindo no aparecimento de sintomas extra auditivos como cansaço e dor na região cervical, e auditivo como zumbido. Estes resultados evidenciam a importância de campanhas de conscientização referentes ao uso deste dispositivo e sua correlação com efeitos deletérios.

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DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.409
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/36eia/anais-trabalhos-consulta/409