Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

HÁ CONDIÇÕES DE ACESSO À TELEREABILITAÇÃO AUDITIVA INFANTIL? ESTUDO DE UM SERVIÇO NO NORDESTE DO PAÍS.
dos Santos, I.R.D. ; Brazorotto, J.S. ;

INTRODUÇÃO: A telereabilitação em Audiologia é reconhecidamente uma importante ferramenta com comprovada efetividade e tornou-se, repentinamente, por ocasião da pandemia de COVID-19, uma realidade na atuação fonoaudiológica com famílias e crianças com deficiência auditiva. Entretanto, considerando que o acesso às Tecnologias de Comunicação e Informação (TIC) e aos serviços de internet é desigual para usuários de serviços de saúde auditiva do Sistema Único de Saúde, há grande preocupação pelas implicações da descontinuidade da terapia fonoaudiológica para a habilitação auditiva na infância. OBJETIVO: conhecer as condições de acesso à telereabilitação no modelo síncrono, ofertada às famílias e suas crianças, usuárias de um serviço de saúde auditiva na região nordeste do país. METODOLOGIA: estudo observacional, descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição de origem nº 3.440.683. Os dados de 72 famílias do programa de audição e fala do serviço foram coletados com questionário semiestruturado aplicado por meio de ligação telefônica no mês de junho de 2020, anterior ao início das terapias remotas. RESULTADOS: 52 (72%) famílias não possuem computador em casa, sendo predominante (94%) o uso de smartphones como recurso tecnológico; 65% das famílias estudadas têm acesso à internet e consideraram a qualidade das conexões como “boa” (63%) e 5 famílias (7%) não possuem qualquer acesso à internet. CONCLUSÕES: o acesso à telereabilitação auditiva para famílias e suas crianças com deficiência auditiva no serviço estudado é possível pelo alcance dos dispositivos móveis; no entanto, o acesso à internet ainda é desigual, destacando-se a necessidade de uma reorientação nas políticas de e-saúde em nosso país, contando com a garantia de acesso aos usuários também nesta modalidade de serviço, o que traria a otimização no uso de recursos para a (re) habilitação auditiva infantil.

Palavras-chave: Acesso às TIC. Telessaúde. Política de e-Saúde. Habilitação de Deficiência Auditiva.

Almathami HKY, Win KT, Vlahu-Gjorgievska E. Barriers and Facilitators That Influence Telemedicine-Based, Real-Time, Online Consultation at Patients' Homes: Systematic Literature Review. J Med Internet Res. 2020 Feb 20;22(2):e16407. doi: 10.2196/16407. PMID: 32130131; PMCID: PMC7059083.

Dimer NA, Canto-Soares ND, Santos-Teixeira LD, Goulart BNG. The COVID-19 pandemic and the implementation of telehealth in speech-language and hearing therapy for patients at home: An experience report. Codas. 2020;32(3):e20200144.

Diretrizes de boas práticas em telefonoaudiologia [recurso eletrônico] / organizadoras Andréa Cintra Lopes, Carmen Barreira-Nielsen, Deborah V. Ferrari, Patrícia Danieli Campos, Silvia Maria Ramos. - Bauru: Faculdade de Odontologia de Bauru. Universidade de São Paulo; Brasília : Conselho Federal de Fonoaudiologia, 2020. v. 1, 95 p.: il. Modo de acesso: https://www.fonoaudiologia.org.br/cffa ISBN 978-65-86349-01-6.

Rajeswaran R, Tavora-Vieira D, Mertens G, Dillon M, Narayan S, Kameswaran M, Kurz A. Audiological practice and COVID-19: recommendations that audiological centers can use to maintain the safety and quality of service-expert opinion. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2021 Mar 27:1–6. doi: 10.1007/s00405-021-06766-w. Epub ahead of print. PMID: 33772609; PMCID: PMC8000684.


DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.416
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/36eia/anais-trabalhos-consulta/416