REPOSTAS DOS POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS CORTICAIS DURANTE O TAP TESTE EM PACIENTES COM HIDROCEFALIA DE PRESSÃO NORMAL IDIOPÁTICA
SILVA, L. A. F. ;
Mielle, L. P. ;
Santos, N. P. ;
Matas, S. L. A ;
Matas, C. G. ;
Introdução: A hidrocefalia de pressão normal idiopática (HPNi) é caracterizada por um aumento anormal dos ventrículos cerebrais com aumento do líquido cefalorraquidiano (LCR) na população idosa. O quadro clínico compreende uma tríade de sintomas incluindo: alteração na marcha, incontinência urinária e déficit cognitivo. O Tap-test (TT) é um procedimento utilizado como diagnóstico diferencial da HPNi, no qual uma melhora na marcha ou nas habilidades cognitivas após a remoção de aproximadamente 40 ml do LCR indica uma resposta preditiva positiva para a HPNi. Embora o TT seja recomendado para o diagnóstico, a sensibilidade clínica deste procedimento ainda apresenta limitações, exigindo métodos de avaliação complementares para maximizar a precisão do diagnóstico. Os potenciais evocados auditivos corticais (PEAC) têm sido descritos como um biomarcador neurofisiológico, sendo um recurso clínico capaz de monitorar a resposta após intervenção, auxiliando no prognóstico. Assim, espera-se que o monitoramento por meio dos PEAC poderia auxiliar no fechamento do diagnóstico da HPNi.
Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar as respostas dos PEAC durante o TT em pacientes com HPNi.
Metodologia: Estudo clínico retrospectivo aprovado pelo Comitê de Ética da Instituição sub número 5.964.351. Foram incluídos 10 pacientes, entre 62 e 84 anos de idade, sendo três mulheres e sete homens, que realizaram o TT com resposta preditiva positiva para HPNi e foram submetidos à colocação de válvula de derivação apresentando melhora do quadro clínico após a intervenção cirúrgica. Durante o TT, além da avaliação neuropsicológica e da marcha, os PEAC foram registrados com estímulo Tone Burst por meio do paradigma Oddball antes e depois da punção lombar. Os resultados obtidos nos componentes dos PEAC antes e após a punção lombar foram comparados por meio do teste ANOVA de medidas repetidas. Resultados: Pacientes com HPNi apresentaram diminuição estatisticamente significativa dos valores de latência do componente P3 após a punção lombar realizada durante o TT, independente da orelha avaliada (t= 4.985; p-valor= 0,048). Foi observada uma redução média de 16.6 ms na resposta da orelha direita e de 20 ms na resposta da orelha esquerda após a punção. Não foi observada diferença significativa na latência dos componentes P1, N1, P2 e N2, bem como para as amplitudes P1-N1, P2-N2 e N2-P3. Conclusão: A redução da latência do componente P3 após punção lombar em pacientes com HPNi indica que a análise de latência desse componente durante o TT, em conjunto com as demais avaliações, pode favorecer o fechamento do diagnóstico.
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