CARACTERIZAÇÃO DOS ACHADOS DA AVALIAÇÃO ELETROFISIOLÓGICA EM BEBÊS
(Giovanella, L) ;
(Pagnossin, D. F.) ;
Introdução: a avaliação audiológica em bebês é essencial, pois a integridade auditiva é a base para o desenvolvimento de linguagem e fala. No bebê, a avaliação considerada padrão-ouro é a pesquisa dos Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico (PEATE) que registra a atividade elétrica no sistema auditivo em resposta ao estímulo acústico e fornece dados sobre a maturação da via auditiva. Objetivo: caracterizar os achados da avaliação eletrofisiológica em crianças de zero a três anos de idade atendidas em um Serviço Ambulatorial de Saúde Auditiva na Região Sul do país. Metodologia: pesquisa aprovada pelo CEP da Instituição sob parecer consubstanciado nº 6.054.652, de 11 de maio de 2023. O estudo foi quantitativo com coleta de dados em 23 prontuários de bebês atendidos no Serviço entre 2022 e 2023. A análise estatística foi do tipo descritiva com cálculo de medidas de tendência central e dispersão. Resultados: foram avaliadas 23 crianças (7 meninas e 16 meninos), com idade média de 10 meses (DP* = 10), mínima de três e máxima de 32. Das crianças avaliadas, nove apresentaram indicador de risco para a deficiência auditiva, sendo a com maior ocorrência a prematuridade (21,73%) e 30,43% apresentaram comorbidades como síndromes (8,69%), alterações neurológicas (13,04%), transtorno do espectro autista (4,34%) e atraso no desenvolvimento global (4,34%). A perda auditiva foi confirmada em 15 crianças, sendo quatro unilateral e 11 bilateral. O tipo de perda auditiva predominante foi o sensorioneural (53,33%) seguido pelo condutivo (40%), de grau leve (46,6%) e simétrica (53,33%). Apenas seis crianças receberam a indicação para uso de aparelho de amplificação sonora individual, sendo cinco bilateral e uma unilateral. Conclusão: a avaliação eletrofisiológica possibilitou a caracterização dos achados audiológicos e definição de condutas. A maioria das crianças apresentou perda auditiva de grau leve, das quais 40% foi do tipo condutiva, não havendo indicação de uso de aparelhos de amplificação sonora individual (AASI). Contudo, o elevado número de perdas auditivas de grau leve exige olhar atento da equipe de Saúde Auditiva a fim de possibilitar o pleno desenvolvimento comunicativo para estas crianças.
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