PROPOSTA DE UMA BATERIA MÍNIMA PARA A TRIAGEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Carvalho, N.G. ;
Amaral, M.I.R. ;
Lemos, A.C.P. ;
Colella-Santos, M.F. ;
Introdução: A triagem auditiva é tradicionalmente definida como um procedimento simples e rápido. No Processamento Auditivo Central (PAC) refere-se ao método que determinará a necessidade (ou não) de futuros testes diagnósticos. Um estudo de validação do AudBility, um programa online de triagem das habilidades auditivas, demonstrou boa sensibilidade e especificidade nas tarefas auditivas, com tempo de aplicação de 30 a 40 minutos. A partir da pesquisa realizada foi possível determinar o menor número de tarefas para compor um protocolo reduzido com valores adequados de acurácia, para diminuir o tempo de aplicação.
Objetivo: Apresentar uma proposta de bateria mínima de triagem das habilidades auditivas, baseada nas combinações de maior equilíbrio entre sensibilidade e especificidade das tarefas do AudBility, versão direcionada aos escolares de 6 a 8 anos.
Método: Trata-se de um estudo descritivo analítico, prospectivo, de acurácia diagnóstica, de corte transversal, que fez parte de um projeto maior (CEP Nº 2.294.609). Inicialmente, 154 crianças foram submetidas a triagem auditiva escolar por meio da meatoscopia, imitanciometria e AudBility. No AudBility, foi aplicado um questionário de autopercepção (QAPAC) e tarefas de localização sonora (LS), resolução temporal (RT), ordenação temporal de frequência (OT-F) e duração (OT-D), fechamento auditivo (FA), dicótico de dígitos - integração binaural (DD) e figura-fundo (FF). Posteriormente, 112 escolares compareceram para a avaliação auditiva periférica (audiometria tonal liminar e imitanciometria) e avaliação comportamental do PAC. As crianças foram submetidas aos testes diagnósticos Dicótico de Dígitos (TDD), Teste de Identificação de Sentenças Pediátricas com Mensagem Competitiva Ipsilateral (PSI), Teste de Fala no Ruído (TFR), Teste de Padrão de Frequência (TPF), Teste de Detecção de Intervalos Aleatórios (RGDT) e Masking Level Difference (MLD). Considerou-se Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) o desempenho alterado em pelo menos dois testes da bateria e falha na triagem o critério de alteração em pelo menos uma tarefa. Para a faixa etária de 6 a 7 anos, a análise baseou-se em 22 indivíduos identificados como TPAC e 29 classificados como normais após a avaliação do PAC. Para a faixa etária de 8 anos, a análise incluiu 11 indivíduos identificados como TPAC e 26 classificados como normais na avaliação. Foi calculado o coeficiente J, e apresentadas as combinações das tarefas de maior equilíbrio entre sensibilidade e especificidade, isto é, as combinações nas quais o coeficiente J atingiu seu valor mais alto para cada uma das tarefas.
Resultados: A partir da análise dos valores de eficiência, observou-se que, para crianças entre 6 e 7 anos, as tarefas de Resolução Temporal (RT) e Dicótico de Dígitos (DD) apresentaram uma eficiência de 84,51%. A partir dos 8 anos, duas baterias foram identificadas como as melhores, considerando o equilíbrio entre sensibilidade e especificidade, ambas com eficiência de 80,13%. Estas baterias são: o Questionário de Autopercepção (QAPAC) e o teste DD, ou a combinação de QAPAC, RT e DD.
Conclusão: Sugere-se, como protocolo para validação de uma bateria mínima e futuros estudos, as tarefas do AudBility de Dicótico de Dígitos, Resolução Temporal e Questionário de Autopercepção.
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