ASSOCIAÇÃO ENTRE DIABETES MELLITUS, HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA E EQUILÍBRIO POSTURAL SEMI-ESTÁTICO EM ADULTOS E IDOSOS
Guesser, V. M. ;
Padilha, F. Y. O. M. M. ;
Baglioni, S. B. ;
Dias, E. R. ;
Cillo, F. S. ;
Moreira, R. R. ;
Rabelo, C. M. ;
Samelli, A. G. ;
Introdução: As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são um conjunto de patologias que possuem diversos fatores de risco, longos períodos de latência e curso prolongado, com origem não infecciosa e podem impactar na funcionalidade do indivíduo. No Brasil, as DCNT são a principal carga de doenças, disfuncionalidades e mortes, sendo um importante problema de saúde pública. O equilíbrio é uma habilidade fundamental para a prontidão física e a vida cotidiana. É controlado por um sistema complexo de músculos, nervos e órgãos sensoriais, os quais permitem manter o corpo estável em diferentes posições e condições. Os órgãos sensoriais responsáveis pelo equilíbrio podem ser afetados por uma série de fatores comuns, como as DCNT, destacando-se a Diabetes Mellitus (DM) e a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). Essas doenças podem afetar o suprimento sanguíneo em todo o corpo, incluindo o vestíbulo, órgão sensorial responsável pelo equilíbrio. Estima-se que, mundialmente, aproximadamente meio milhão de pessoas morrem devido a quedas, dos quais mais de 80% estão em países de baixa e média renda. Sendo assim, é importante que a influência destas DCNT sobre o equilíbrio seja investigada. Objetivo: Investigar a associação entre DM, HAS e equilíbrio postural semi-estático em adultos e idosos. Metodologia: Análise transversal de dados de um estudo longitudinal de saúde de adultos e idosos. Foram coletados dados sociodemográficos, de saúde geral e auditiva por meio de prontuário e anamnese, presença de DCNT autorreferidas (DM e HAS) e do teste de Romberg modificado, para triagem do equilíbrio postural semi-estático. Foi considerada falha no teste de Romberg, a impossibilidade da manutenção na posição testada pelo tempo estipulado 15’ ou 30’’ (olhos abertos e fechados, superfície firme e maleável). Resultados: A amostra foi composta por 194 indivíduos, de 47 a 88 anos, com média de idade de 61,9 anos, sendo a maioria do sexo feminino (53,1%) e ensino superior completo (38,2%). A prevalência de DM e HAS foi 22,30% e 43,70%, respectivamente. Destes, 14,30% das pessoas com DM e 18,90% com HAS falharam no teste de Romberg, porém sem diferença estatisticamente significante entre aqueles que falharam e passaram para cada uma das doenças (DM p=0,882; HAS p=0,250). Observou-se, ainda, que quanto maior a idade, maior a proporção de falha no teste de Romberg (para as faixas etárias de 70-79 e acima de 80 anos, houve diferença significante, quando comparadas às demais categorias). Não houve diferença nos resultados da triagem e equilíbrio, quando foram comparados os sexos masculino e feminino. Conclusão: Não houve associação entre as DCNT investigadas neste estudo (DM e HAS) e o equilíbrio semi-estático. No entanto, verificou-se que quanto maior a idade, maior a proporção de falhas no teste. Sendo assim, são necessários estudos adicionais para esclarecer lacunas que ainda existem no conhecimento, uma vez que covariáveis confundidoras podem interferir nesta relação. Nosso estudo terá continuidade e estas covariáveis serão incluídas nas próximas análises para que possamos avançar neste tema.
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