ESTIMULAÇÃO VESTIBULAR GALVÂNICA NA REABILITAÇÃO DA INSTABILIDADE POSTURAL NA DOENÇA DE PARKINSON E NA MIELOPATIA ASSOCIADA AO HTLV-1 (HAM)
Silva, T. R. ;
Labanca, L. ;
Tavares, M. C. ;
Gonçalves, D. U. ;
Introdução: A Estimulação Vestibular Galvânica (EVG) promove aumento das respostas da medula espinhal relacionadas à postura, resultando em ganho de equilíbrio. Diversas doenças do sistema nervoso central (SNC) provocam alterações no equilíbrio corporal e as modalidades de reabilitação disponíveis apresentam resultados limitados no que diz respeito ao ganho de equilíbrio. Exemplos associados ao desequilíbrio são a doença de Parkinson (DP) e a mielopatia associada ao HTLV-1 (HAM). Alteração das conexões neurológicas associadas ao sistema vestibular contribui para a instabilidade postural da DP. Isso porque, além de importante papel na manutenção do equilíbrio corporal, o sistema vestibular central possui estreita relação com os gânglios da base através da via vestíbulo-tálamo-estriatal, que são afetados na DP. A HAM é uma doença neurológica caracterizada por inflamação da medula espinhal com lesão de todo o neuroeixo com predomínio da região toracolombar. As alterações medulares ocorrem principalmente na via corticoespinhal e, devido à proximidade anatômica, as vias vestibuloespinhais são afetadas, levando à instabilidade postural. Objetivo: Apresentar a EVG como estratégia de reabilitação do equilíbrio com uma comparação pré e pós EVG de pacientes com instabilidade postural relacionada à DP e HAM. Metodologia: O estudo promoveu uma comparação cega pré e pós intervenção, seguida de uma análise longitudinal para avaliar o efeito a longo prazo da estimulação. A EVG foi aplicada em 12 sessões semanais consecutivas. A cada sessão, a intensidade da corrente e o tempo de estimulação foram aumentados progressivamente até atingir a corrente máxima de 3,5 miliamperes e o tempo máximo de 30 minutos. A avaliação do equilíbrio foi feita antes da intervenção, e posteriormente na 6ª e 12ª semanas. Após a intervenção os pacientes foram acompanhados por 9 meses e foram submetidos à avaliação do equilíbrio em três momentos, após o 3º, 6º e 9º mês sem estimulação. Os testes para avaliação do equilíbrio foram: Timed up and go test (TUG), Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) e posturografia estática. Resultados: A melhora do equilíbrio corporal foi demonstrada pela redução do tempo de execução do TUG e pelo aumento dos escores da EEB. Os resultados da posturografia mostraram que a EVG promoveu ganho na funcionalidade, com aumento da área da elipse de confiança para o limite de estabilidade e indicadores de melhora do equilíbrio nos demais testes. Com a interrupção da EVG, a posturografia mostrou redução do limite de estabilidade, indicando que o ganho no equilíbrio foi perdido. Conclusão: A EVG proporcionou melhora progressiva do equilíbrio na comparação dos resultados antes, durante e após a intervenção, porém o ganho não foi mantido após a interrupção da EVG. Possivelmente, estimulações regulares no longo prazo poderiam manter o ganho no equilíbrio corporal. Estudos prospectivos estão em andamento para esclarecer essa questão.
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