ASSOCIAÇÃO ENTRE PERDA AUDITIVA E EQUILÍBRIO POSTURAL SEMI-ESTÁTICO EM ADULTOS E IDOSOS: ANÁLISE TRANSVERSAL
Padilha, F. Y. O. M. M. ;
Guesser, V. M. ;
Baglioni, S. B. ;
Dias, E. R. ;
Cillo, F. S. ;
Moreira, R. R. ;
Rabelo, C. M. ;
Samelli, A. G. ;
Introdução: Pesquisas atuais sugerem uma possível relação entre perda auditiva
relacionada à idade e a piora na performance física, vestibular e no equilíbrio, com
um consequente aumento do risco de quedas. Alguns estudos sugerem que este
aumento poderia estar relacionado a pouca consciência do ambiente auditivo e
espacial, aos efeitos da perda auditiva na carga cognitiva ou na dificuldade da
atenção compartilhada. Outros acreditam que essa relação possa ser explicada pela
proximidade anatômica entre o sistema vestibular e a cóclea, e outros acreditam que
ambos os sistemas podem ser afetados por causas comuns. Objetivo: Investigar a
associação entre perda auditiva e equilíbrio postural semi-estático em adultos e
idosos. Metodologia: Análise transversal de dados um estudo longitudinal de saúde
de adultos e idosos. Foram coletados dados de saúde geral e auditiva por meio de
prontuário e anamnese, da audiometria tonal liminar e do teste de Romberg
modificado, para triagem do equilíbrio postural semi-estático. Foi considerada perda
auditiva, limiares auditivos acima de 20 dBA na média das frequências de 500 a 8
kHz. Foi considerada falha no teste de Romberg, a impossibilidade da manutenção
na posição testada pelo tempo estipulado 15’ ou 30’’ (olhos abertos e fechados,
superfície firme e maleável). Resultados: A amostra foi composta por 194 indivíduos
(47 - 88 anos, média de 61,9 anos), 53,1% do sexo feminino. A perda auditiva
esteve presente em ambas as orelhas para 45,9% da amostra e o zumbido em
41,2%. Quanto à falha na triagem de equilíbrio, 50% dos idosos com 80 anos ou
mais falharam, seguidos pelos idosos de 70 a 79 anos (33,3%). Houve maior
frequência de falha na manutenção do equilíbrio entre aqueles indivíduos com perda
auditiva (21,9%) quando comparados aos indivíduos sem perda auditiva (10,1%)
(p=0,028). O grupo que falhou no teste de equilíbrio apresentou média dos limiares
auditivos de 29,8 dBNA para ambas as orelhas e o grupo que passou teve média de
20,9 dBNA (p=0,019). Conclusão: Observou-se associação entre perda auditiva e
equilíbrio postural semi-estático na amostra avaliada, verificada tanto pela proporção
de falhas na triagem do equilíbrio, como pelas médias dos limiares auditivos maiores
nos indivíduos que falharam neste teste. Estes achados sugerem que a falha no
teste do equilíbrio pode estar relacionada com a perda auditiva. No entanto, são
necessários estudos adicionais para esclarecerem lacunas que ainda existem no
conhecimento, uma vez que covariáveis confundidoras podem interferir nesta
relação. Nosso estudo terá continuidade e estas covariáveis (por exemplo, doenças
crônicas e idade) serão incluídas nas próximas análises para que possamos avançar
neste tema.
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