AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO AUDITIVO E ELETROFISIOLÓGICA EM IDOSOS SUBMETIDOS À ESTIMULAÇÃO AUDITIVA
Tonelotti, F.T.F. ;
Vedovato, G.L. ;
Barbui, T.R.M. ;
Rombola, I.T. ;
Souza, L. P. ;
Oliveira, A.M. ;
Alcântara, Y. B. ;
Luiz, A.L.F. ;
José, M.R. ;
Frizzo, A.C.F. ;
Introdução: A audição e suas habilidades são essenciais nas relações interpessoais, porém, ao longo da vida, o sistema nervoso sofre o processo de envelhecimento com declínio na capacidade de receber e interpretar informações sonoras, sendo comum a queixa de dificuldade de comunicação e discriminação de fala. Estudos mostraram que mesmo sem perda auditiva, o sistema auditivo periférico envelhecido pode enfrentar dificuldades no processamento de informações verbais e não verbais devido uma assimetria cerebral que afeta a transferência inter-hemisférica. Uma das formas de diminuir essa dificuldade advém de estimulações auditivas realizadas por meio de programas e softwares. As habilidades cognitivas auditivas são estimuladas de forma personalizada e pode contribuir para prevenção do declínio auditivo relacionado à idade com eficácia comprovada por avaliações comportamentais do processamento auditivo e por registros eletrofisiológicos que evidenciam mudanças ao longo do processo de estimulação. Objetivo: Analisar a efetividade de um sistema de estimulação auditiva por meio de avaliações do comportamento auditivo e respostas eletrofisiológicas em idosos pré e pós estimulação. Método: Comitê de ética n° 1.054.278. Estudo do tipo série de casos, foram selecionados quatro sujeitos entre 60 a 65 anos de idade, sexo feminino, com queixa de compreensão de fala em ambiente ruidoso, mas com limiares auditivos dentro da normalidade, curva timpanomética tipo A e reflexos acústicos presentes. Foi realizada audiometria, logoaudiometria, imitanciometria, testes de percepção de fala com ruído-White Noise, teste dicótico de dígitos e potenciais evocados de tronco encefálico. Os sujeitos foram submetidos à estimulação auditiva com um programa de treinamento formal com duração de 15 sessões em três blocos de 5 dias consecutivos e descanso de dois dias. Utilizou-se fone de ouvido supra aural e notebook com software. As sessões de estimulação consistiram em escuta dicótica e escuta competitiva para estimulação das habilidades de atenção e integração auditiva. Após o período de estimulação, realizou-se a avaliação final e os testes foram reaplicados para as comparações pré e pós estimulação. Resultados: Participaram do estudo 4 sujeitos, do sexo feminino com idade entre 60 a 65 anos. Após a estimulação realizada, verificou-se que na avaliação do comportamento auditivo houve melhora na porcentagem de acertos para os testes de percepção de fala com ruído em 3 dos casos estudados, mas principalmente no teste de dicótico de dígitos na orelha esquerda houve maior índice de acertos em todos os casos. Nos achados eletrofisiológicos houve diminuição da latência das ondas I e III, em torno de 0,10 ms, principalmente na orelha esquerda com aumento da amplitude em ambas as orelhas para três dos indivíduos testados, que consiste na maioria dos participantes selecionados para a pesquisa. Conclusão: As medidas do comportamento auditivo e as respostas eletrofisiológicas mostraram-se eficazes para comprovar mudanças nas habilidades cognitivas auditivas nos idosos submetidos à um programa de estimulação auditiva nesse estudo. Houve mudança positiva dos achados neurofisiológicos e no comportamento auditivo que evidenciam correlato neurofisiológico da plasticidade neural mesmo no grupo de idosos. Necessário ampliar o número de sujeitos para comprovar de forma mais precisa a eficácia dessa estratégia de estimulação nessa população.
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