POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO EM LACTENTES COM CITOMEGALOVÍRUS CONGÊNITO: RESULTADOS PRELIMINARES DE UM ESTUDO DE CASO-CONTROLE
Ferreira, J.V.M ;
Balen, S.A. ;
Nunes-Araújo, A.D.S. ;
Introdução: O citomegalovírus congênito (CMVc) é atualmente a infecção congênita apontada como principal indicador de risco para perdas auditivas do tipo sensorioneural. A partir disso, é recomendado para os bebês que tenham o diagnóstico positivo para o CMVc realizem o monitoramento audiológico ao longo dos primeiros anos de vida, minimamente até os 3 anos de idade. No que se refere ao diagnóstico audiológico infantil o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) é considerado padrão ouro. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi comparar a integridade neurofisiológica da via auditiva do tronco encefálico de uma série de casos clínicos de lactentes com citomegalovírus congênito pareados com lactentes sem CMVc e outros indicadores de risco para deficiência auditiva (IRDA). Metodologia: Trata-se de um estudo de caso-controle, observacional e comparativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer nº.5.323.957). Este estudo teve como público alvo bebês nascidos em Maternidades Públicas da Região Metropolitana de Natal (RN). Os bebês com o PCR positivo para CMVc foram encaminhados pela pediatra infectologista. A amostra foi constituída por oito bebês do grupo CMVc sem outros IRDA pareados com outros oito bebês sem CMVc ou outros IRDA, pelo sexo, idade e escolaridade maternas. Todos os bebês que foram incluídos no estudo apresentaram relação sinal/ruído (SNR) mínima de ≥ 6 dB em pelo menos três das cinco bandas de frequências avaliadas nas Emissões Otoacústicas Evocadas por Estímulo Transiente (EOAT) bilateralmente. Foi realizado o PEATE com estímulo clique na intensidade de 80 dB nNA e analisado os valores de latência e amplitude das ondas I, III e V; os intervalos interpicos I-III, III-V e I-V. Na análise estatística os grupos foram comparados quanto às variáveis estudadas com o Teste Mann-Whitney, sendo adotado significância de 5%. Resultados: A amostra foi composta por 1 bebê do sexo masculino e 7 do sexo feminino para cada grupo, a idade média em dias foi de 311±181. Na comparação entre os grupos não foram observadas diferenças estatisticamente significativas na latência e amplitude absoluta das ondas I, III e V, bem como nos intervalos interpicos I-III, III-V e I-V, quanto a comparação por orelha intragrupo com o teste de Wilcoxon W, também não foram observadas diferenças estatisticamente significativas quanto a latência das ondas e os intervalos interpicos. Conclusão: Estes resultados preliminares evidenciaram não haver comprometimento das vias auditivas a nível do tronco encefálico em bebês com CMVc. Entretanto, não descarta a necessidade de continuar o acompanhamento longitudinal dos bebês, bem como aumentar o número amostral.
DADOS DE PUBLICAÇÃO