39º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

ESTUDO DA VIA AUDITIVA DE NEONATOS E LACTENTES EXPOSTOS À COVID-19 NO PERÍODO GESTACIONAL
Nascimento, C. I. ; Miyata. C ; Santos, N. C. ; Santos, L. A. F. S. ; Matas, C. G. ;

INTRODUÇÃO
Sabe-se que a COVID-19 pode causar prejuízos na audição de adultos. Considerando que as infecções congênitas e exposições às mesmas são conhecidas como fatores de risco para deficiência auditiva e que o funcionamento sincrônico de todo o sistema auditivo é essencial para o desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem, verifica-se a necessidade e importância de estudar a integridade da via auditiva de lactentes filhos de mães que testaram positivo para Covid-19 durante o período gestacional, e assim avaliar se há risco de sequelas auditivas possivelmente eliciadas pelo novo coronavírus, visando auxiliar os profissionais da saúde na elaboração de estratégias de prevenção, prognóstico, reabilitação e monitoramento auditivo nessa população.

OBJETIVO
Verificar a integridade da via auditiva de bebês que nasceram de mães que tiveram COVID-19 durante a gestação.

METODOLOGIA
Estudo aprovado pelo comitê de ética institucional sob número 5.447.798 Foram incluídos 45 lactentes filhos de mães que testaram positivo para o COVID-19 durante a gestação. Foram analisadas as respostas das Emissões Otoacústicas Transientes (EOAT) e dos Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico (PEATE).

RESULTADOS
No exame do PEATE não foram encontradas alterações nas latências absolutas e de interpicos dos 45 lactentes avaliados, porém, na comparação das latências entre as orelhas notou-se diferença estatisticamente significante para o interpico III-V, demonstrando que maiores valores foram observados para a orelha direita. Apesar dessa diferença, os resultados estavam dentro dos parâmetros da normalidade em todos os casos. Assim, esta possível assimetria pode estar relacionada ao processo maturacional entre as orelhas.
Em relação às EOAT, seis crianças apresentaram ausência de respostas, sendo quatro com alteração bilateral e duas com ausência de resposta apenas na orelha esquerda. Esses seis pacientes apresentaram latências do PEATE inferiores à média da normalidade, logo acredita-se que eles não apresentavam alterações condutivas de orelha média, uma vez que alterações desse tipo resultam em um aumento da latência absoluta de todas as ondas do PEATE. Uma outra hipótese pode ser levantada com referência às frequências avaliadas para o registro do PEATE e das EOAT. Para o PEATE, utilizou-se o estímulo clique, que abrange as frequências altas entre 3 e 6 kHz. Já as EOAT avaliam a resposta por bandas de frequências entre 1.000 Hz e 4.000 Hz, sendo que para um resultado ser considerado presente é necessário que haja resposta em pelo menos 3 bandas de frequências. Assim, pode ser que estes indivíduos apresentassem alguma perda auditiva com configuração ascendente, não identificada pelo estímulo clique apresentado ou alguma disfunção, principalmente nas regiões apicais da cóclea.

CONCLUSÃO
O presente estudo demonstrou a consonância com os achados de outras pesquisas conduzidas sobre o mesmo tema, não identificando evidências do PEATE que respaldam a hipótese de que a infecção materna por COVID-19 constitui um fator de risco no desenvolvimento de perda auditiva congênita em lactentes. No entanto, estudos com outros tipos de estímulos são necessários para melhor investigar a resposta por frequência desses pacientes.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1133
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1133



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